Queiroga cobra disciplina e anuncia campanha anticovid no transporte
Ministro disse que estuda outros países para evitar disseminação, mas avisou que prefeitos decidem regras para trens e ônibus
Saúde|Natalie Machado, da Record TV Brasília
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cobrou disciplina e uso de máscaras pelos usuários de transporte público no Brasil como forma de evitar ainda mais a disseminação do vírus que provoca a covid-19.
Em café da manhã com jornalistas, nesta terça-feira (13), o chefe da pasta anunciou uma campanha nacional para prevenir a contaminação, em parceria com o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), mas avisou que as regras para trens e ônibus são determinadas pelas prefeituras.
"[É necessário] o uso de máscaras de maneira rigorosa, [...] disciplina nos transportes urbanos. [...] Vai ter um documento, que estará escrito, terá uma campanha [para prevenir a contaminação]. Estamos analisando a prática no mundo. A gente está estudando. [...] As regras dos transportes públicos urbanos são de cada município", afirmou.
O documento deverá ser apresentado na próxima quinta-feira (15), de acordo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz. "Vamos apresentar ao ministro [da Saúde]. Provavelmente, será uma portaria conjunta com o MDR", afirmou.
Queiroga demonstrou preocupação com o transporte público porque as pessoas não conseguem manter o distanciamento, conforme mostram reportagens do R7 e da Record TV durante essa semana. Por isso, a pasta tenta encontrar uma fórmula para o brasileiro trabalhar com segurança.
Queiroga disse que a Saúde vai tomar medidas "para evitar que o país chegue a cenários extremos", mas advertiu que "uma medida homogênea para o país inteiro não vai funcionar", afastando a possibilidade de um lockdown nacional.
O ministro voltou a dizer que o "programa de vacinação é a prioridade número 1 do ministério" e reforçou a vontade de criar uma secretaria extraordinária para o enfrentamento da pandemia. "A pandemia ocasiona outras implicações e o adoecimento do sistema de saúde como um todo", explicou.
O chefe da Saúde disse que, quando a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz) e o Instituto Butantan receberem mais matéria-prima para fabricarem vacinas, a situação vai melhorar. "Ontem, falei com Dimas Covas [presidente do Butantan] e a previsão é que mantenhamos o calendário de vacinação", adiantou.
Queiroga disse ainda que o governo brasileiro investiu R$ 150 milhões no consórcio Covax Facility para receber vacinas e que esperava mais doses. "Temos buscado com o diálogo. Estou procurando diminuir a temperatura da fogueira para avançar", afirmou.
O ministro reforçou que "a Anvisa faz o trabalho dela de maneira apropriada" ao falar da aprovação de vacinas e medicamentos que possam ajudar no tratamento da covid-19. O ministro também disse que conta com o apoio do ministro da Economia: "Paulo Guedes disse que não vai faltar dinheiro para a saúde."
Segunda dose atrasada
Queiroga estava acompanhado de técnicos do ministério na conversa com os jornalistas. A coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, a enfermeira Francieli Fantinato, alertou que as coberturas vacinais perderam ritmo nos últimos dias.
"[Aproximandamente] 1,5 milhão de pessoas tomaram a primeira dose e não tomaram a segunda. Quem não foi nos 28 ou 84 dias [após a primeira dose] tem que ir", alertou.
"Estamos avaliando esses impactos. A necessidade agora é de sentar com estados e municípios para recuperar essas necessidades vacinais. Essa redução de cobertura vacinal não é só com relação à pandemia", disse.
A coordenadora do PNI disse ainda que o governo pretende vacinar 72,7 milhões de brasileiros em risco. "Atingindo esses grupos, a indicação é ampliar para toda população brasileira. [...] Queremos a redução de complicações e óbitos, manutenção da força de trabalho e do setor de saúde", informou.
SP vive contradição com restrições na economia e transporte público lotado:
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Assista à reportagem do Jornal da Record: