Restrições a eventos públicos e uso de máscara foram essenciais para conter a Covid-19, aponta estudo
Pesquisadores constataram que as duas medidas não farmacêuticas reduziram substancialmente número de casos e mortes pelo vírus no Brasil
Saúde|Do R7
Estudo recente realizado por Louise Russel, da Universidade da Pensilvânia, e co-autores, demonstrou que as restrições a eventos públicos e os mandatos para uso obrigatório de máscara reduziram significativamente a propagação da Covid-19 no Brasil.
No início da pandemia do coronavírus, em fevereiro de 2020, os 27 estados brasileiros implementaram uma série de intervenções não farmacêuticas para tentar conter o avanço da doença, como o isolamento social e adequação ao home office e às aulas online.
A pesquisa estimou o efeito independente de sete dessas intervenções nos casos e mortes pelo vírus em 12 estados, durante o período de março a dezembro de 2020 e destacou expressividade de duas.
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Os cientistas descobriram que a restrição total a eventos públicos reduziu a taxa de crescimento de casos e mortes em cerca de cinco vezes, passando da média de 1,30, para 0,227.
As restrições parciais para essas cerimônias foram igualmente eficazes, indicando que poderia ter tido um relaxamento da medida sem que aumentassem os casos.
Já o uso obrigatório de máscara também foi efetivo para a contenção e redução da taxa de crescimento em cerca de 6% e foi mais eficaz do que o uso parcial. A combinação das restrições com o uso de máscara diminuiu a taxa para quase 1 — ponto em que os casos e as mortes não estavam mais aumentando.
Conclusão
O estudo concluiu que estas medidas foram importantes para, principalmente, controlar a Covid-19 em países de renda média e baixa, como o Brasil, que possui trabalhadores em empregos informais e sem segurança, infraestrutura precária para ensino a distância e menos capacidade de estimular a economia, por exemplo.
Os autores também deduziram que os resultados são úteis para fomentar políticas e medidas eficazes caso ocorra um aumento da transmissão comunitária e da incidência de pacientes com Covid-19.
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