Saiba por que Jojo Todynho está emagrecendo antes de fazer cirurgia bariátrica
Perda de peso no pré-operatório visa diminuir riscos, controlar doenças associadas e gerar melhor recuperação após a cirurgia
Saúde|Giovanna Borielo, do R7
Jojo Todynho vem buscando mudança de vida desde que se separou do marido, Lucas Souza. A cantora e influenciadora havia anunciado em novembro que realizaria uma cirurgia bariátrica para emagrecer.
Embora a operação ainda seja uma incógnita — ela não fala quando seria feita —, a ex-peoa intensificou a rotina de exercícios e já eliminou 22 kg nas últimas semanas, o que pode auxiliar nos resultados da cirurgia.
De acordo com o cirurgião bariátrico Fábio Viegas, fundador do instituto que leva seu nome, no Rio de Janeiro, a perda de peso pré-operatória não é obrigatória e varia pela necessidade de cada caso.
O médico não dá informações sobre pacientes, mas a própria artista postou nas redes sociais, em novembro de 2022, uma foto da clínica, onde faz acompanhamento.
Carlos Schiavon, coordenador científico e de ensino do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, anteriormente à cirurgia, é necessário fazer uma avaliação clínica completa para verificar, principalmente, as áreas cardiorrespiratória, psíquica, assim como a existência de doenças associadas, como diabetes, hipertensão e apneia do sono, e até mesmo o tamanho do fígado.
Tais fatores podem demandar a perda de peso, seja por reeducação alimentar ou exercícios. Jojo alegou anteriormente que teve, também, o diagnóstico de gordura no fígado, e a perda de peso poderia auxiliar na melhora do quadro.
"A perda de peso é recomendada para diminuir os riscos da operação, que ocorrem em todas as cirurgias, e auxiliar na recuperação pós-operatória. Devemos operar no melhor momento do paciente", afirma Viega.
Os profissionais ressaltam que, antes da realização da cirurgia, é importante tratar de forma sistêmica o paciente, controlando a taxa glicêmica, a pressão arterial e transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, que podem influenciar a ingestão calórica e, consequentemente, alterar o peso.
A recomendação é de que o paciente busque sempre manter o peso até a cirurgia caso não emagreça.
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Se a perda de peso for recomendada, Schiavon afirma que é importante que o paciente invista em uma reeducação alimentar e na prática de exercícios físicos, sempre que possível. Caso haja necessidade e não se consiga resultado nessas abordagens, pode ser que o médico recomende medicamentos.
No entanto, não há uma exigência de quanto peso deve ser eliminado antes do procedimento. Os médicos buscam orientar uma estimativa de peso a ser perdido, variando a recomendação conforme cada caso.
Bariátrica no Brasil
De acordo com a SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica), entre 2017 e 2022, o Brasil realizou 315,7 mil cirurgias bariátricas.
Dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) mostram que, até 2021, 252,9 mil cirurgias foram realizadas por pacientes de planos de saúde; 16 mil foram feitas de forma particular; e 46,9 mil (incluindo 2022) procedimentos foram pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
A SBCBM informa que, atualmente, o país possui 7.700 hospitais, em 5.568 municípios, dos quais apenas 98 realizam a cirurgia bariátrica e metabólica. Quatro estados ainda não ofertam o procedimento – Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá não possuem serviços habilitados no SUS para bariátrica.
Contudo, a sociedade reitera que o Brasil é o segundo país com maior registro de bariátricas no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Pós-operatório
No pós-operatório, assim como no pré, é recomendado que os pacientes continuem a avaliação multidisciplinar com o cirurgião responsável, nutricionista, cardiologista, endocrinologista e que tenha acompanhamento psicológico e psiquiátrico, além de um educador físico, que auxiliará na rotina de exercícios.
"O sucesso da cirurgia bariátrica está atrelado ao acompanhamento. Infelizmente, muitos pacientes abandonam a continuidade das visitas aos profissionais, e o resultado não será o mesmo", alerta o médico da BP.
Viegas ressalta que é preciso que os pacientes entendam que a cirurgia bariátrica é um tratamento, não uma solução.
"A cirurgia não é uma cura para a obesidade, mas um fator de controle. Não adianta a pessoa fazer a cirurgia e não dar continuidade àquilo que foi estipulado com o nutricionista, por exemplo, e voltar a comer em grandes quantidades e de forma errada, porque ela vai voltar a ganhar peso", completa.
Ele diz, ainda, que é importante que esses pacientes mantenham as visitas regulares ao endocrinologista e ao nutricionista, de forma a avaliar possíveis consequências da cirurgia, que podem afetar a absorção de vitaminas, especialmente cálcio, ferro, vitaminas do complexo B e vitamina D, cuja falta ocasiona efeitos adversos.
Após a realização da cirurgia, o paciente deverá ter acompanhamento a vida toda. A princípio, nos primeiros três a seis meses, a pessoa deve estar mais próxima aos médicos e, depois de um ano e meio a dois, as visitas devem ocorrer pelo menos uma vez a cada seis meses.
Vieira destaca que a recuperação depende não apenas da pessoa, mas do apoio familiar, já que a rede de apoio pode ajudar, por exemplo, em aspectos psicológicos e na alimentação.
"O tratamento pós-operatório começa na realização das compras do mês. É preciso que a família auxilie na adaptação dessa nova rotina e ajude a identificar se o paciente também está seguindo as orientações de forma correta", finaliza.
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