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Saiba se é comum ter endometriose aos 20 anos, como Larissa Manoela

Doença é mais frequente entre 25 e 35 anos e afeta 10% das mulheres; diagnóstico precoce interfere no tratamento, diz médico

Saúde|Lucas Pimentel*, do R7

Atriz utilizou as redes sociais para contar que descobriu ter endometriose
Atriz utilizou as redes sociais para contar que descobriu ter endometriose Atriz utilizou as redes sociais para contar que descobriu ter endometriose

Aos 20 anos, a atrizLarissa Manoela anunciou nas redes sociais que tem endometriose. "Quem tem endometriose, ou acha que tem, sabe como é viver com dor", declarou no Instagram.

A endometriose é uma doença caracterizada pela presença de células do endométrio, tecido de revestimento do útero, em outros órgãos da região abdominal, como bexiga, ovários, trompas e parte externa do útero. Ela causa dor para menstruar, dor durante relações sexuais e infertilidade.

Segundo o ginecologista Geraldo Caldeira, da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a doença não é frequente na idade da atriz. “É incomum a endometriose em pacientes muito jovens, mas é possível. Todas as pacientes que sentem cólica, dor menstrual e infertilidade têm que considerar a possibilidade de ter endometriose”, afirma.

A doença é mais incidente entre 25 e 35 anos, mas pode acometer qualquer mulher em idade fértil. Afeta 10% da população feminina no país, de acordo com dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

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A causa da doença ainda é desconhecida. "Acreditava-se que a causa era a menstruação retrógrada. Em vez de ela descer, ela sobe para outros órgãos, mas foi observada a endometriose em fetos. Então, hoje temos teorias de que a mulher já nasce com a predisposição para a doença", explicou o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli em entrevista ao R7.

Segundo ele, os hábitos de vida podem contribuir ou não para o desenvolvimento da doença. Entre os fatores que interferem em seu desenvolvimento estão falta de atividade física, obesidade, alimentação inflamatória e uso de contraceptivos combinados (progesterona e estrógeno).

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A endometriose é inflamatória e proliferativa, ou seja, tende a se expandir com o passar do tempo se não for tratada. Caledeira explica que o diagnóstico precoce interfere no sucesso do tratamento. “Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor a chance da cirurgia conseguir ressecar todos os focos de endometriose e curar a paciente. Os estágios mais avançados possuem chances menores de cura”, diz.

O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue com dosagem de CA-125, indicador da doença, ressonância magnética da pelve e ultrassom transvaginal com preparo intestinal. 

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Risco de infertilidade

A endometriose é uma das principais causas da infertilidade feminina. Isso acontece porque o ambiente fica inflamado, criando um óbstáculo para a fixação do embrião no endométrio. Além disso, o risco de abortamento é alto, segundo Mantelli.

“Mulheres que pensam em engravidar precisam primeiro tratar a doença, não adianta pensar em gravidez, pois você pode fazer o tratamento de fertilização, conseguir engravidar e acabar sofrendo um aborto", afirmou o ginecologista.

Apesar de não existir cura, há tratamento cirúrgico e clínico, que consiste na interrupção da menstruação com anticoncepcionais apenas com progesterona e medicações anti-inflamatórias.

“A cirurgia é necessária em casos de pacientes jovens a fim de ressecar as lesões de endometriose. Em pacientes mais velhas, é congelado óvulos ou deixam embriões congelados por meio da fertilização in vitro, e, só após esse processo, é feita a cirurgia, pois nesses casos existe a chance do processo causar infertilidade”, explica.

Após a menopausa, é raro que a doença se desenvolva; mulheres que já possuem o problema costumam ter melhora no quadro.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Deborah Giannini

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