Saiba tudo sobre a lesão no joelho direito de Daniel Alves
Lateral-direito da seleção, 35, teve ruptura de ligamento cruzado anterior, deve ser reavaliado em 3 semanas e corre o risco de passar por cirurgia
Saúde|Gabriela Lisbôa, do R7
A lesão que deve tirar Daniel Alves, 35, da Copa do Mundo da Rússia ainda pode obrigar o jogador a passar por cirurgia. O tratamento mais conservador é feito através de fisioterapia. Mas ainda é necessária uma reavaliação daqui a três semanas.
O incidente aconteceu durante a final da Copa da França, na quarta-feira (9). Por causa de um problema no joelho, o lateral direito do PSG, o brasileiro Daniel Alves, de 35 anos, saiu de campo no final do segundo tempo.
O jogo terminou com vitória do PSG por 2 a 0 sobre o Les Herbiers.
Depois de avaliar os resultados dos exames, na quarta-feira (9), a direção do PSG divulgou um comunicado oficial sobre a situação do jogador:
"Após o trauma do joelho direito de Dani Alves, que ocorreu ontem durante a final da Copa da França, os exames realizados hoje revelaram uma alta desinserção do ligamento cruzado anterior com entorse póstero-externo. Sua condição requer um mínimo de 3 semanas de cuidados antes de reavaliar a necessidade de tratamento cirúrgico. "
Lesão de Daniel Alves
O ligamento cruzado anterior (LCA) é um dos responsáveis por dar estabilidade ao joelho, garantir que a articulação possa realizar os movimentos de rotação. É como se fosse um cordão que fica dentro do joelho e faz a conexão entre o fêmur, o osso da coxa, e a tíbia, o osso da canela.
Lesões nesse ligamento são comuns tanto em jogadores profissionais, quanto em atletas de “fim de semana”.
A lesão pode acontecer durante a prática de atividade física, quando a pessoa realiza um movimento de torção do joelho durante uma mudança brusca de direção – quando o pé fica preso ao chão, mas o corpo gira, e o ligamento não consegue acompanhar o movimento.
Lesões no ligamento não são incapacitantes e não impedem o paciente de ficar em pé ou caminhar. Mas podem comprometer a estabilidade do joelho, ele não fica firme. Isso impede a prática esportiva, principalmente a profissional.
Lesão pode exigir cirurgia
De acordo com o ortopedista Adriano Almeida, médico do esporte e especialista em cirurgia do joelho do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da USP, o que a nota divulgada pelo clube diz é que o jogador teve uma lesão no ligamento cruzado anterior e, possivelmente, outra lesão menor em outros ligamentos, os chamados póstero-externo ou póstero-laterais.
“Quando ocorre uma torção do joelho, pode acontecer uma lesão em mais de um ligamento. Normalmente se tem uma lesão principal, como neste caso, no ligamento cruzado anterior, que pode estar associada a outras lesões”, explica o médico.
Estas lesões podem significar a ruptura completa ou parcial do ligamento. De acordo com o ortopedista, no caso de Daniel Alves, ao que tudo indica, o que aconteceu foi uma lesão maior, provavelmente completa, no cruzado anterior e um estiramento nos ligamentos póstero-laterais.
Segunda a nota divulgada, o jogador vai ser reavaliado no fim de maio. Só então a equipe médica deve decidir se existe a necessidade de um tratamento cirúrgico.
Adriano Almeida explica que a cautela é comum nesse tipo de caso:
“É comum quando se tem uma lesão no joelho, aguardar alguns dias para que o processo inflamatório diminua. Dessa forma, é mais fácil avaliar as condições dos ligamentos, a situação das alterações, antes de se optar por um tratamento cirúrgico”.
Cirurgia exige recuperação mais longa
Uma emissora de TV divulgou nesta sexta-feira (11), que o jogador foi cortado da seleção. De acordo com o ortopedista, caso a necessidade de cirurgia seja confirmada, a presença de Daniel Alves na Copa é, praticamente, impossível.
O ortopedista Adriano Almeida destaca que se a ruptura do ligamento cruzado anterior for total, deve ser feita uma cirurgia.
“O que define se vai ser feita uma cirurgia é a presença de instabilidade do joelho. Se o ligamento não for capaz de dar estabilidade, o jogador não consegue completar os movimentos de rotação. Por causa disso, não vai conseguir desempenhar o futebol de alto nível”, explica o ortopedista.
Caso seja constatada a necessidade de operação, a recuperação deve ser longa.
“Após a cirurgia de reconstrução do ligamento, o tempo de recuperação é de cerca de 6 a 9 meses. Este prazo é necessário para cicatrização do ligamento, recuperação da força muscular e condicionamento físico. O tempo varia de acordo com as condições de cada atleta”, detalha o médico.
Se não existir a necessidade de cirurgia, a recuperação deve ser mais rápida – mas isso também depende do tipo de lesão.
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