Saúde dos homens passa pela prevenção de doenças da próstata
Enfermidades mais comuns são câncer, mais greve e atinge 10% dos homens, e hiperplasia benigna, ligada ao envelhecimento
Saúde|Carla Canteras, do R7
O mês novembro é marcado pela atenção à saúde dos homens. O foco principal é a prevenção e o cuidado às doenças relacionadas à próstata, glândula masculina localizada no fim do abdômen que é responsável por produzir parte do sêmen. As doenças mais comuns são o câncer e a HPB (hiperplasia prostática benigna).
De acordo com o urologista Fernando Leão, as duas enfermidades não têm correlação e são alterações diferentes das células da glândula. "A HPB é um aumento no número de células, por isso, a próstata cresce de volume e normal ao envelhecimento do homem. Já o câncer é uma alteração na qualidade das células, pode acontecer numa próstata pequena ou muito grande, não depende do tamanho", explica o médico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia.
As duas são diagnosticadas da mesma forma e a única mudança é que no caso do tumor maligno é necessário fazer uma biopsia para ter certeza da alteração celular. "O diagnóstico é feito com uma conversa entre médico e paciente, usamos exame de imagens, laboratório, que está incluído do PCA [detecção do gene do câncer de próstata no sangue], e a análise do jato de urina, a urofluxometria, além do exame físico do toque. O câncer é feito todos esses procedimentos e é acrescida uma biópsia de próstata", diz o urologista.
O câncer costuma ser assintomático no começo da doença, que é melhor momento para tratar e conseguir curar o tumor. A hiperplasia pode ser sintomática e assintomática, mas as duas formas causam prejuízo para a vida do homem e precisam ser tratadas. A melhor opção para os indivíduos é passar por consultas de rotina como prevenção.
O que é a hiperplasia prostática benigna?
Os sintomas da HPB são aumento da frequência de idas ao banheiro à noite; sensação que não conseguiu urinar tudo; o gotejamento após terminar de urinar; jato mais fraco e lento. "Alguns pacientes ainda apresentam quadro da urgência de ida ao banheiro, se não pode até perder urina, que seria a urgência com incontinência. Além de sangramentos, quadros de infecções urinárias frequentes e a sensação de peso no abdômen inferior, porque a bexiga sempre está cheia", orienta Leão.
O tratamento pode ser feito por meio de remédios ou, no caso de um crescimento acentuado, por operação. As cirurgias podem ser aberta, que é a mais invasiva; pelo canal da uretra, que é a ressecção; por laser ou robótica. Pelo SUS (Sistema Único de Saúde) são autorizados apenas os procedimentos abertos e a ressecção.
A HPB malcuidada leva à problemas mais sérios que pode causa até a insuficiência renal. "Não cuidar pode evoluir para um quadro de infecções urinária de repetição, pode formar pedra na bexiga, traz piora da função renal, que pode levar até insuficiência renal com necessidade de hemodiálise e o uso de sonda, devido à retenção urinária porque o paciente não consegue urinar", ressalta o urologista.
Como tratar câncer de próstata?
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) calcula que entre 2020 e 2022 sejam diagnosticados mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. O que significa um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, um em cada nove homens será diagnosticado com a doença durante a vida.
O tratamento do tumor maligno depende da evolução da doença ao descobrir o câncer. Se for localizado, que só atinge a próstata, a indicação é cirurgia, radioterapia e, em alguns casos especiais, só observação.
Para doença mais avançada, o tratamento inclui radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal, que feita pela privação de andrógenos, sendo os princiapais a testosterona e a diidrotestosterona (DHT). Quando o tumor se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento mais indicado é a terapia hormonal.