Segunda remessa da vacina contra a dengue é enviada para dez estados brasileiros
O primeiro lote de vacinas, com 712 mil doses, foi enviado no dia 8 de fevereiro para 315 municípios
Saúde|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O Ministério da Saúde iniciou a distribuição da segunda remessa das vacinas contra a dengue para 206 municípios que atendem aos critérios definidos pela pasta e conselhos de saúde. O envio de 526 mil doses começou na última quinta-feira (22) e contempla municípios de Tocantins, Bahia, Roraima, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.
A imunização contra a dengue começou pelas crianças de 10 a 11 anos e vai avançar progressivamente assim que novos lotes forem entregues pelo laboratório fabricante. A escolha dessa faixa etária foi baseada no maior índice de hospitalização por dengue.
O primeiro lote de vacinas, com 712 mil doses, foi enviado no dia 8 de fevereiro para 315 municípios do Distrito Federal, Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão. Logo na primeira distribuição, com o quantitativo de doses disponível, o Ministério da Saúde atendeu 60% dos 521 municípios selecionados.
O início da vacinação por essa faixa etária é uma estratégia que permite que mais municípios recebam as doses neste primeiro momento, diante do quantitativo limitado de vacinas disponibilizadas pelo laboratório fabricante.
O público-alvo da vacinação foi acordado entre os conselhos representantes dos secretários de saúde estaduais e municipais, seguindo a recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e da Organização Mundial de Saúde.
Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde coordena um esforço nacional para ampliar o acesso a vacinas para a dengue. A pasta solicitou prioridade para essa ação e atuará em conjunto com o Instituto Butantan e a Fiocruz para expandir a produção de imunizantes para o Brasil.
O Ministério da Saúde reforça que o momento é de intensificar a prevenção, o cuidado e agir conjuntamente com governadores, prefeitos e toda sociedade para a eliminação dos focos do mosquito transmissor da dengue. As ações coletivas e os cuidados individuais como a limpeza das vasilhas de água dos animais e vasos de plantas evitando o acúmulo de água, o armazenamento de pneus e garrafas em locais cobertos, limpeza das caixas d’água são as melhores formas de prevenção. Cerca de 75% dos focos do mosquito estão dentro de casa.
Em caso de sintomas de dengue, como febre alta, dor de cabeça, atrás dos olhos e nas articulações, a recomendação é para que as pessoas procurem um serviço de saúde.
920 mil casos
O Brasil registrou mais de 920 mil casos prováveis de dengue desde o início do ano. O índice supera a metade do total de casos notificados em 2023, quando 1.658.816 de diagnósticos foram registrados, aponta o Ministério da Saúde. Segundo a última atualização do Painel de Monitoramento de Arboviroses, o país já registrou 184 mortes pela doença e 609 estão em investigação.
Em 2023, o coeficiente de incidência da dengue no país foi de 777,6 casos a cada 100 mil habitantes. Neste ano, o índice é de 453,3 casos, sendo que o pico da doença ainda não foi atingido, segundo as autoridades sanitárias. Distrito Federal, Minas Gerais, Acre e Paraná são as unidades da federação com maior incidência da doença.
Em relação aos infectados, mulheres estão entre as mais afetadas, representando 55,3% dos casos. A faixa etária mais acometida é a de 30 a 39 anos, seguida por 40 a 49 e 50 a 59.