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Sociedades médicas alertam sobre riscos de produtos para emagrecer vendidos na internet

Comunicado ocorre após a morte da cantora Paulinha Abelha e da enfermeira Mara Abreu, que utilizaram métodos contraindicados para perda de peso

Saúde|Do R7

Paulinha Abelha (foto) fazia uso de medicamentos e chás
Paulinha Abelha (foto) fazia uso de medicamentos e chás Paulinha Abelha (foto) fazia uso de medicamentos e chás

A morte recente da cantora Paulinha Abelha e a da enfermeira Mara Abreu após o uso de produtos e medicamentos na tentativa de perder peso fizeram a Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) emitirem, na quinta-feira (17), uma nota em que alertam sobre os perigos na busca de soluções heterodoxas para eliminar alguns quilos.

Paulinha Abelha fazia uso esporádico de diuréticos e chás. Mara tomou um chá de 50 ervas vendido na internet como emagrecedor. As duas, até então saudáveis, acabaram no hospital e não resistiram.

A nota cita uma pesquisa feita pela Abeso e pela Sbem neste ano que mostra que 18,7% das 3.621 pessoas entrevistadas "fizeram uso de abordagens heterodoxas, como chás, produtos vendidos na internet, fitoterápicos e medicamentos sem prescrição médica", algo que as entidades classificam de "muito preocupante e de forte impacto negativo sobre a saúde pública".

O texto ainda ressalta que a obesidade "é uma doença crônica, complexa, multifatorial, recidivante e progressiva, com prevalência elevada e crescente no mundo e no Brasil".

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"A despeito do conhecimento sobre a obesidade ter evoluído consideravelmente nos últimos anos, infelizmente muitos conceitos errados e percepções distorcidas ainda são comuns na sociedade e mesmo entre profissionais da saúde, fomentando o preconceito contra o paciente, a doença e o próprio tratamento da obesidade. O caminho para a redução do preconceito e a melhora no cuidado das pessoas com obesidade é a informação", continuam a Sbem e a Abeso.

A busca por soluções milagrosas implica alto risco de complicações. Paulinha Abelha sofreu sérios danos nos rins, que evoluíram para o sistema nervoso. Mara Abreu teve problemas no fígado, chegou a passar por um transplante, mas seu corpo rejeitou o órgão.

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A pesquisa conduzida pelas entidades também mostra que 63,2% das pessoas que tentaram perder peso o fizeram por meio de mudanças na alimentação e da prática de atividades físicas.

Em entrevista recente ao R7, o vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia da Sbem, Márcio Mancini, chamou atenção para o fato de a maior parte das pessoas com obesidade (IMC acima de 30) não conseguir emagrecer somente com dieta e exercícios físicos.

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Nesses casos, algumas medicações autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) podem ser benéficas, desde que todo o tratamento seja acompanhado por um médico. A automedicação, por mais inofensivo que o remédio pareça, pode acarretar sérios prejuízos à saúde.

"A obesidade precisa ser tratada e encarada como doença. Antes de ter obesidade, você tem o aumento de peso das pessoas ainda em uma situação normal. Eu não vejo com maus olhos a preocupação de uma pessoa em voltar ao peso original quando ela aumentou de peso. A questão é fazer isso com responsabilidade", disse.

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