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SP pede verba federal para ampliar produção de vacina do Butantan

João Doria diz que pediu ajuda do governo federal para multiplicar produção da Coronavac de 60 milhões para 120 milhões de doses

Saúde|Do R7

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O governador de São Paulo João Doria afirmou, nesta quarta-feira (26), que solicitou verba do governo federal para ampliar a produção da Coronavc, a vacina desenvolvida pelo Insituto Butantã em parceria com um laboratório chinês. 

O governo de São Paulo busca investimento de pelo menos R$ 1,9 bilhão do Ministério da Saúde para ampliar a previsão de entrega da vacina Coronavac no próximo ano, de 60 milhões para 120 milhões de doses. Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac o medicamento será fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan.

"Para produzir 60 milhões de doses da vacina Coronav não precisamos de recursos do governo federal. São Paulo precisa, sim, de recursos do governo federal e de recursos do setor privado para multiplicar sua capacidade de produção de 60 para 120 milhões de dosses", afirmou Doria.

"Solicitamos a mesma quantidade de recursos que foi destinada ou anunciada pelo governo federal para a Fiocruz para o Instituto Butantan. Não há razão de privilegiar uma instituição em detrimento de outra, sendo que o Butantan é o maior produtor do Brasil, América Latina. Somos a favor da Fiocruz, mas defendemos a mesma quantia, valor para a mesma finalidade", disse Doria.


A Coronavac está em fase 3 de pesquisas, a última antes de receber o aval para ser distribuída. No Brasil, o medicamento será testado em cerca de 9 mil voluntários em 12 centros de pesquisa.

O governador afirmou ainda que, em breve, haverá uma confirmação sobre o resultado da fase três de testagem da Coronavac. "A Anvisa nos antecipou que tentará fazer a aprovação no menor tempo possível", afirmou Doria.


Caso os estudos deem certo, a Sinovac promete enviar 45 milhões de doses a São Paulo até dezembro. Outras 15 milhões seriam fabricadas, no primeiro trimestre de 2021, no Butantan, somando 60 milhões. A ideia é dobrar as doses distribuídas, se houver o investimento do governo federal.

Brasília

O aporte do ministério na produção do Butantan foi tema de reunião nesta quarta-feira entre o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes do governo paulista em Brasília.


Após a reunião com Pazuello, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o investimento previsto pode ser insuficiente. "Talvez precise mais", disse, citando necessidade de ampliar a estrutura do Instituto e importar equipamentos.

O ministério ainda não se manifestou sobre o pedido. O presidente Jair Bolsonaro já criticou a negociação de Doria para produção da vacina. "O mais importante, diferente daquela outra (vacina) que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia para nós", disse Bolsonaro em 6 de agosto.

"Não vejo a menor possibilidade de o governo brasileiro não entrar na iniciativa do Butantan. O ministro abriu reunião colocando interesse em conhecer e apoiar", disse o secretário especial e chefe do escritório de representação paulista em Brasília, Antonio Imbassahy.

Se houver a ampliação da fábrica do Butantan, a ideia é produzir mais vacinas também para outras doenças. O diretor-geral do instituto, Dimas Covas, disse que pode dobrar a produção de imunizantes para gripe, de 80 para 60 milhões de doses. A ideia é atingir uma capacidade produtiva de 400 milhões de doses contra diversas doenças em "3 a 4 anos", afirmou.

Hoje o Butantan produz 120 milhões de unidades por ano, mas a ampliação já prevista da fábrica para formular o medicamento contra a covid-19 ampliará a capacidade para 220 milhões.

Dimas Covas concede coletiva em Brasília
Dimas Covas concede coletiva em Brasília

Segundo Dimas Covas, o recurso pedido ao ministério bancaria o estudo clínico da Coronavac no Brasil, com R$ 85 milhões e a reforma da fábrica, estimada em R$ 60 milhões. O restante, mais de R$ 1,8 bilhão, seria investido na compra da própria vacina.

Questionado sobre a resistência de Bolsonaro à vacina chinesa, o secretário de Saúde paulista disse que o produto é "apolítico". "Estamos tratando de medidas técnicas e com gestores técnicos. Dessa maneira que deve ser encarado. Não viemos de forma política", afirmou.

A aposta do governo federal é no modelo de vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório britânico AstraZeneca. O governo liberou cerca de R$ 2 bilhões para que a Fiocruz receba, processe e distribua cerca de 100 milhões de doses.

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