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SUS vai oferecer remédio mais caro do mundo para crianças com AME, diz Queiroga

O medicamento poderá ser usado pelo público infantil de até 6 meses, portadores do tipo 1 da doença e que fiquem mais de 16 horas diárias sem usar métodos de ventilação invasiva

Saúde|Do R7

Medicamento custa cerca de R$ 6 milhões
Medicamento custa cerca de R$ 6 milhões

A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias em Saúde) emitiu um parecer favorável à incorporação do medicamento Zolgensma, considerado o mais caro do mundo, no rol de medicamentos disponibilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A informação foi confirmada no sábado (3) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no Twitter. O Zolgensma é utilizado para tratar a AME (atrofia muscular espinhal), uma doença rara e degenerativa passada de pais para filhos. O medicamento custa cerca de R$ 6 milhões.

Apesar de a AME afetar pessoas de todas as idades desde o nascimento, no parecer da Conitec a recomendação é que o Zolgensma, também conhecido como onasemnogeno abeparvoveque, na linguagem farmacêutica, seja aplicado em crianças de até 6 meses com AME tipo 1 que passem mais de 16 horas diárias sem a necessidade de métodos de ventilação invasiva.

"Esta é uma luta de muitos pais e de todos nós. Fico feliz em dar uma resposta tão importante. A AME é uma doença muito rara, degenerativa, que afeta o neurônio motor, responsável por gestos voluntários vitais para o corpo humano, como respirar, engolir e se mover", escreveu Queiroga, utilizando uma foto dele com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.


Além do novo medicamento, o SUS já disponibiliza outros dois remédios para tratar a doença, o Nusinersena e o Risdiplam. Segundo Queiroga, com a nova incorporação de medicamento, o sistema público passará a ofertar as "tecnologias mais avançadas para o tratamento da AME".

O que é AME?

A AME é uma doença genética e neuromuscular causada pela incapacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Com isso, ela afeta todos os músculos do corpo, impedindo que a pessoa tenha alguns impulsos motores e dificultando ou impossibilitando gestos voluntários vitais simples, como respirar, engolir e se mover.

A doença atinge um em cada 10 mil bebês no Brasil, segundo um estudo publicado na National Library of Medicine, e varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.

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