Uma criança com menos de 5 anos morre por dia no Brasil vítima de Covid, diz Fiocruz
Apenas de janeiro a outubro de 2022, o país já totalizou 314 óbitos pela doença nessa faixa etária
Saúde|Do R7
Uma criança entre 6 meses e 5 anos morre por dia no Brasil vítima da Covid-19. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Observa Infância, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Entre 1º de janeiro e 11 de outubro de 2022, o país totalizou 314 óbitos nessa faixa etária, segundo o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade). Esse número corresponde às mortes cuja causa básica foi o coronavírus e aquelas em que a Covid foi uma das causas associadas.
O número de crianças brasileiras de até 2 anos internadas por Covid-19 em 2022 também é alarmante, pois já superou em 21,3% o total registrado no ano passado — o que contraria a tendência de queda de hospitalizações nas demais faixas etárias.
De janeiro até o início de dezembro, 11.144 crianças de até 2 anos foram hospitalizadas com Covid, segundo dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe). Em todo o ano passado, foram 9.181 registros.
Uma das explicações para ambas as situações é que a imunização de crianças contra a doença ainda não atingiu o ritmo esperado e conta com restrições. Segundo o Vacinômetro Covid-19, do Ministério da Saúde, apenas sete em cada cem crianças de 3 e 4 anos tiveram acesso a duas doses da vacina.
Essa faixa etária conta com 5,9 milhões de crianças, mas apenas 1.083.958 tomaram a primeira dose do imunizante que combate a Covid-19, e, desse número, 403.858 completaram a vacinação com a segunda dose.
"Com vacinas disponíveis, podemos considerar a Covid-19 uma doença imunoprevenível. Isso significa que essas mortes podem ser evitadas com uma política pública de vacinação em massa", afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.
Vale lembrar que em julho de 2022 a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial da CoronaVac para crianças de 3 e 4 anos. No mesmo ano, em 16 de setembro, a Pfizer recebeu a mesma aprovação para uso em bebês e crianças de 6 meses a 4 anos, mas a aplicação está sendo restrita ao público com comorbidades.
Outro possíviel empecilho pode ser a oferta desigual de vacinas, já que uma em cada cinco cidades brasileiras relatou falta de doses para vacinar crianças.
Veja os sete cuidados com a saúde do adolescente que merecem atenção especial dos pais