A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) publicou uma série de orientações de como pais ou responsáveis devem conversar com crianças e adolescentes sobre desastres naturais, como as enchentes do Rio Grande do Sul. Segundo a agência, esses tipos de acontecimentos podem gerar ansiedade e aumentar a vulnerabilidade dos menores. Para os especialistas, é crucial manter uma conversa aberta e cuidadosa para eles entenderem a situação.As instruções publicadas abordam desde momento mais crítico, como a necessidade da saída emergencial de um local, ou até mesmo para aqueles que não foram afetados pelos fenômenos, mas tiveram acesso às imagens ou ouviram conversas. “Nessas circunstâncias, é comum sentir-se desnorteado, e as crianças e adolescentes também podem se sentir ansiosos, com medo e até desenvolver traumas. Além disso, meninos e meninas podem ficar expostos a uma série de vulnerabilidades durante esses momentos”, explica o manual.É ideal ser claro no que está acontecendo, dizem os pesquisadores. Por isso, é recomendado não mentir sobre a situação e evitar dizer frases como “isso não vai acontecer outra vez”. Além disso, aqueles diretamente afetados devem manter uma rotina, mesmo que alterada, com atividades para as crianças e adolescentes.Os responsáveis devem perguntar para a criança sobre o que ela sabe sobre determinado ponto, ouvindo com atenção o que ela tem a dizer. Caso ela não se sinta confortável, não é preciso pressionar, explica a Unicef. Outro ponto fundamental é o adulto cuidar de si mesmo, já que ele também está sob estresse emocional. “Cuide-se para poder dar o apoio necessário aos meninos e meninas. Compartilhe o que você sente com outras pessoas. Quando conversar com a criança, procure manter a calma e respirar. As crianças sentirão o mesmo que veem em você”, ressalta o manual.Os especialistas também recomendam que as crianças sejam incluídas em ações de solução, para que elas se sintam parte de algo. Essa recomendação vale inclusive para crianças e adolescentes portadores de deficiências. “Encontrar maneiras seguras de contribuir é um caminho valioso de fortalecimento”, diz uma das recomendações.