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Vacina da dengue pode não proteger contra formas graves da doença

Imunizante é o único do Brasil. Fabricante apresentou mudança de segurança

Saúde|Vanessa Sulina e Dinalva Fernandes, do R7

Aedes é mosquito transmissor da dengue
Aedes é mosquito transmissor da dengue Aedes é mosquito transmissor da dengue

O laboratório Sanofi-Aventis, que produz a vacina contra dengue, Dengvaxia, apresentou informações preliminares e ainda não conclusivas que apontam que pessoas que tomam o imunizante sem ter tido contato com o vírus que transmite a dengue podem desenvolver formas graves da doença. A informação foi divulgada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quarta-feira (29). 

Sheila Homsani, diretora Médica da Sanofi-Pasteur, ressalta que a vacina não provoca a doença, mas que a eficácia diminui depois de dois anos em quem nunca teve contato com o vírus. A conclusão foi feita após quatro anos de análise em pacientes vacinados.

— Por mais que o número fosse baixo, é correto e ético pedir que a vacina não seja recomendada para quem nunca teve dengue, porque a proteção da vacina diminui. Então, essa pessoa vai ter a mesma chance de ser picada pelo mosquito e pegar a doença que alguém que já teve dengue pelo menos uma vez na vida, mas que nunca se vacinou.

As informações preliminares sobre alteração do perfil de segurança do produto foram apresentadas para a Anvisa nesta semana. A agência informou que já realizou uma reunião com a Sanofi e com o grupo de vacinas da OMS (Organização Mundial da Saúde) para avaliar o caso. De acordo com a Anvisa, inicialmente, a bula da vacina será atualizada, enquanto a agência avalia os dados completos dos estudos a serem apresentados.

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Até que a avaliação seja concluída, a recomendação é que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue. "Esclarecemos que este risco não havia sido identificado nos estudos apresentados para o registro da vacina na população para a qual a vacina foi aprovada", diz o texto.

A Dengvaxia foi aprovada no Brasil em 28 de dezembro de 2015. E, atualmente, não está no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde. 

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A pasta informou ao R7 que, "em 2016, o Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) recomendou a não introdução da vacina para dengue produzida pela Sanofi até que os estudos de custo-efetividade demonstrassem que essa vacina seria importante do ponto de vista de política de saúde pública. Até o momento, esses estudos não estão concluídos, portanto não há definição de introdução dessa vacina no Sistema Único de Saúde (SUS)".

Vacina da Sanofi

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Atualmente, a vacina da Sanofi é a única aprovada no Brasil. O imunizante é indicado para imunização contra os quatro subtipos do vírus da dengue. Segundo a Anvisa, para as pessoas que já tiveram dengue, o benefício do uso da vacina permanece favorável.

Antes do registro, a vacina foi estudada em mais de 40 mil pessoas em todo o mundo. De acordo com a agência, os ensaios clínicos seguiram os padrões estabelecidos por guias internacionais estabelecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Paraná recebeu doses 

Em junho de 2016, o Estado do Paraná iniciou uma campanha de vacinação em 30 cidades e se tornou o primeiro local das Américas a fazer uma campanha pública de vacinação contra a dengue, segundo o governo do Estado.

As cidades que rreceberam as doses para a campanha foram: Paranaguá, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Tapira, Santa Isabel do Ivaí, Cruzeiro do Sul, Santa Fé, Munhoz de Melo, Marialva, Paiçandu, São Jorge do Ivaí, Maringá, Mandaguari, Sarandi, Iguaraçu, Assaí, Ibiporã, Jataizinho, Porecatu, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Londrina, Sertanópolis, Leópolis, São Sebastião da Amoreira, Itambaracá, Cambará e Maripá.

Na primeira fase da campanha, serão gastos R$ 50 milhões para a compra de 500 mil doses da vacina.

Ao R7, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná informou que, "desde o início da campanha de vacinação, somente 40 pessoas vacinadas contraíram dengue leve, o que representa 0,01% do total de vacinados".

A secretaria informou também que vai continuar aplicando a vacinacontra a dengue "como uma estratégia a mais de enfrentamento da doença no Estado".

O governo paranaense avisou ainda que a adoção da vacina "foi baseada em dados epidemiológicos consistentes, que levaram em conta o perfil epidemiológico da doença no Estado, o número de epidemias repetitivas, a magnitude dos casos e o número de óbitos".

"Em 2017, pela primeira vez em cinco anos, o Paraná não tem até o momento nenhum município em epidemia de dengue e nenhum óbito provocado pela doença", encerrou.

Sintomas da dengue

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. Na clássica, geralmente a pessoa sente febre, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e por trás dos olhos. Ela pode afetar crianças e adultos, mas raramente mata. Já a dengue hemorrágica é mais severa, pois, além de todos os sintomas citados, a pessoa pode ter sangramento, ocasionalmente choque e consequências como a morte.

Diferentemente da gripe, na dengue as dores musculares e nas articulações costumam ser mais intensas. Muitas vezes, não há sintomas respiratórios (nariz escorrendo e tosse), que são muito observados em caso de gripe.

Os primeiros sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar surgem após um período de incubação que pode variar de dois a dez dias. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele sorotipo específico.

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