Enxaguante bucal: 6 mitos derrubados e as regras para o uso correto
Pesquisa aponta alta de tártaro; especialista reforça a higiene
Vanity Brasil|Do R7

O Dia Nacional da Saúde Bucal, celebrado em 25 de outubro, serve como um alerta crucial para cuidados essenciais que ainda são deixados de lado por grande parte da população. Entre os hábitos que merecem atenção, o uso do enxaguante bucal tem ganhado destaque como um forte aliado no combate à gengivite e à formação de tártaro—problemas que, se não tratados, podem evoluir para a periodontite, uma condição séria que leva à perda óssea e, consequentemente, à perda dos dentes.
Dados recentes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, do Ministério da Saúde, reforçam a urgência do tema: 54,13% dos participantes apresentaram cálculo dentário (tártaro) e 41,53% relataram sangramento gengival, o principal sinal da gengivite. Diante desse quadro, a inclusão do enxaguante bucal na rotina de higiene oral está cada vez mais presente em diretrizes oficiais e estudos científicos.
Uma diretriz do Ministério da Saúde publicada no ano passado recomenda o uso de enxaguantes, especialmente para pacientes em tratamento de gengivite ou que não apresentam boa resposta apenas com escovação e fio dental. O documento ressalta o uso contínuo, por mais de 30 dias, de soluções com agentes antissépticos à base de óleos essenciais, com ou sem álcool. Pesquisas internacionais, como a da American Dental Hygienists’ Association, indicaram uma redução de 52% da placa bacteriana em seis meses quando o enxaguante foi adicionado à rotina completa de higiene.
Apesar das evidências, o produto ainda é alvo de dúvidas e informações incorretas. Muitas pessoas acreditam em promessas exageradas ou utilizam o enxaguante de forma inadequada, o que pode comprometer sua eficácia.
Para esclarecer o que é fato e o que é pura confusão, a dentista e especialista Dra. Ana Paula Alcântara esclarece os mitos mais comuns sobre o tema.
1. O enxaguante substitui a escovação e o fio dental. Mito. “O enxaguante é um complemento importante, mas jamais substitui a escovação mecânica e o uso do fio dental, que são indispensáveis para a remoção da placa bacteriana e dos resíduos,” explica a Dra. Ana Paula Alcântara.
2. Enxaguantes sem álcool são menos eficazes. Mito. “Os enxaguantes sem álcool são ideais para pacientes com mucosa sensível, pós-operados ou que sofrem com boca seca, pois reduzem o risco de irritação e ardência, mantendo o mesmo potencial antimicrobiano. Sua eficácia é equivalente,” garante a especialista.
3. O enxaguante bucal clareia os dentes. Mito. “Nenhum enxaguante comum tem agentes clareadores em concentração suficiente. Para clarear os dentes, é preciso recorrer a procedimentos específicos indicados pelo dentista, como o clareamento profissional,” afirma a Dra. Ana Paula Alcântara.
4. Enxaguante é apenas para eliminar o mau hálito. Mito. “Embora melhore o hálito, seu principal papel é o controle químico da placa bacteriana e da inflamação gengival. O mau hálito é uma consequência da falta de higiene, e o enxaguante atua na raiz do problema,” esclarece a profissional.
5. Quanto mais tempo bochechar, melhor o efeito. Mito. “Bochechar por mais tempo do que o recomendado não aumenta a eficácia e pode até causar irritação. O ideal é seguir rigorosamente as instruções do fabricante, geralmente de 30 a 60 segundos,” alerta.
6. O uso diário de clorexidina é seguro. Mito. A clorexidina deve ser usada apenas por períodos curtos (7 a 14 dias) e sob supervisão odontológica. “O uso contínuo pode causar efeitos adversos, como pigmentação dos dentes e desequilíbrio da flora oral. Para uso diário, o ideal são soluções com óleos essenciais,” conclui Dra. Ana Paula Alcântara.
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