Variante Ômicron pode ter coletado parte de vírus do resfriado comum

Isso pode significar que o vírus é transmitido mais facilmente e que causa apenas uma doença leve ou assintomática

03/12/2021 - 20h08 (Atualizado em 04/04/2024 - 10h49)

A variante Ômicron do vírus que causa a Covid-19 provavelmente adquiriu pelo menos uma de suas mutações ao coletar um fragmento de material genético de outro vírus, possivelmente um causador do resfriado comum – presente nas mesmas células infectadas, de acordo com pesquisadores.

Essa sequência genética não aparece em nenhuma das versões anteriores do coronavírus, chamado Sars-CoV-2, mas é onipresente em muitos outros vírus, incluindo aqueles que causam o resfriado comum, e também no genoma humano, disseram os pesquisadores.

Ao inserir esse fragmento específico em si mesmo, a Ômicron pode parecer "mais humana", o que a ajudaria a escapar do ataque do sistema imunológico humano, disse Venky Soundararajan, do instituto de análise de dados Nference, sediado em Cambridge, Massachusetts, que liderou o estudo publicado nesta quinta-feira (2) na plataforma OSF Preprints.

Isso pode significar que o vírus é transmitido mais facilmente e que causa apenas uma doença leve ou assintomática. Os cientistas ainda não sabem se a Ômicron é mais infecciosa que outras variantes, se causa doenças mais graves ou se tomará da Delta o posto de variante prevalente da Covid-19. A obtenção de respostas a essas perguntas pode levar várias semanas.

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As células nos pulmões e no sistema gastrointestinal podem abrigar o Sars-CoV-2 e o vírus do resfriado comum simultaneamente, de acordo com estudos anteriores. Essa coinfecção cria o cenário para a recombinação viral, um processo no qual dois vírus diferentes na mesma célula hospedeira interagem enquanto fazem cópias de si mesmos, gerando cópias que possuem algum material genético de ambos os "pais".

Essa nova mutação pode ter ocorrido pela primeira vez em uma pessoa infectada com os dois patógenos quando uma versão do Sars-CoV-2 pegou a sequência genética do outro vírus, disseram Soundararajan e colegas no estudo, que ainda não foi revisado por pares.

Durante a 18° reunião Extraordinária Pública da diretoria colegiada 2021 da Anvisa foram discutidas novas recomendações sobre a dose de reforço da vacina contra a covid-19. O Fala Brasil conversou com infectologista e mostra os principais pontos discutidos; veja!

Entre as 16 recomendações apresentadas pela Anvisa ao Ministério da Saúde, está o acompanhamento das doses de reforço contra a covid-19 e em relação a
intercambialidade das vacinas, ou seja, substituir uma opção por outra com a mesma qualidade, eficácia e segurança

As recomendações foram dadas após a notícia de que maiores de 18 anos poderiam tomar a dose de reforço após cinco meses da segunda
dose. Porém, para a Anvisa, só poderia ser ministrada depois de seis meses. A entidade ainda vai
analisar essa situação

Contudo, ainda é necessário seguir as orientações e estudar
mais sobre as vacinas. Em relação as doses de reforço, apenas a Astrazeneca, Janssen
e a Pfizer comprovaram eficácia na dose de reforço

Somente a Pfizer pode ter a informação da dose de reforço na bula, os outros fabricantes ainda aguardam uma orientação

Para as doses de reforço as recomendações são que pessoas vacinadas com
CoronaVac tomem a Pfizer como terceira dose; quem tomou Pfizer ou Astrazenca deverá repetir a vacina na terceira dose e vacinados com
Janssen terão de repetir a vacina na terceira dose, mesmo sendo dose única. Vale lembrar que o laboratório pediu autorização para a segunda dose ser após dois meses da primeira

O infectologista concorda com a decisão do Ministério da Saúde: “Quando nós olhamos para a Europa, por exemplo, onde alguns países enfrentam uma
nova onda de casos, nós vimos que um dos principais motivos é a baixa adesão a
vacina. Temos que correr atrás de vacinar o maior número possível de pessoas,
para impedir ou tentar diminuir ao máximo o que está acontecendo lá”, conclui.

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