Saúde Variante Ômicron tem muito mais mutações do que Delta, diz hospital

Variante Ômicron tem muito mais mutações do que Delta, diz hospital

Primeira "imagem" da nova cepa identificada na África do Sul foi feita e publicada pelo hospital Bambino Gesù, em Roma

  • Saúde | Da AFP

Outros estudos dirão se adaptação é mais perigosa

Outros estudos dirão se adaptação é mais perigosa

pixabay

A variante Ômicron do coronavírus que causa o covid-19 apresenta muito mais mutações do que a cepa delta, de acordo com uma primeira "imagem" dela, feita e publicada pelo hospital Bambino Gesù, em Roma.

Nessa "imagem" tridimensional, semelhante a uma cartografia, "fica claro que a variante Ômicron tem muito mais mutações do que a variante Delta [que também possui um grande número de mutações], principalmente concentrada em uma área do proteína que interage com as células humanas ", explicou a equipe de pesquisadores em nota divulgada neste domingo (28).

"Isso não significa automaticamente que essas variações são mais perigosas, simplesmente que o vírus mais uma vez se adaptou à espécie humana, gerando outra variante", disseram os pesquisadores. "Outros estudos nos dirão se essa adaptação é neutra, menos perigosa ou mais perigosa."

Equipe se concentrou na proteína spike

A equipe de investigação do prestigiado estabelecimento Bambino Gesù centrou-se na procura de mutações ao nível da "estrutura tridimensional da proteína spike", explicou à AFP Claudia Alteri, professora de microbiologia clínica da Universidade de Milão e investigadora no hospital romano mencionado.

Essa proteína, que é a parte do vírus "mais estudada com atenção", é "responsável pelo reconhecimento do receptor humano e pela entrada do vírus nas células". “É no pico onde atuam os anticorpos monoclonais e, claro, as vacinas”, frisou.

A imagem foi feita "a partir do estudo de sequências desta nova variante contribuída para a comunidade científica" e principalmente de "Botswana, África do Sul e Hong Kong".

“Essa imagem, que representa um pouco o mapa de todas as variantes, descreve as mutações do Ômicron, mas não define o papel” que elas têm, segundo Claudia Alteri.

“A partir de agora, será importante definir, por meio de experimentos de laboratório, se a combinação dessas combinações pode ter impacto na transmissão ou na eficácia das vacinas, por exemplo”, disse.

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