Zika: testes mostram que vacina previne doença na gravidez
Avaliações foram feitas em camundongos; estudo com humanos sai em 2019
Saúde|Do R7
Os primeiros testes da vacina contra o zika vírus desenvolvida pelo IEC (Instituto Evandro Chagas), vinculado ao Ministério da Saúde, apontam que o imunizante previne a doença na gestação. As informações foram divulgadas pela pasta nesta sexta-feira (22) e publicadas na revista Nature Communications.
Segundo o informe, as avaliações foram feitas em camundongos: nos animais, uma única dose da vacina preveniu a transmissão da doença e, durante a gestação, o contágio de seus filhotes. A ideia é que, no futuro, o medicamento proteja mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações neurológicas causadas pelo vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, os testes em humanos devem ser realizados, a partir de 2019, na Fiocruz/Biomanginhos, no Rio de Janeiro.
Esterelidade em machos
O estudo ainda apresentou um indício científico inédito: em camundongos machos, o vírus zika pode ser capaz de causar esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de espermatozoides em cada um, a mobilidade deles e provocou ainda a atrofia de seus testículos. O diretor do IEC Pedro Vasconcellos ressalta, entretanto, que são necessários mais estudos para entender a dimensão deste problema.
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— Há uma preocupação de que esse achado evidencie que possa ocorrer um impacto similar entre os seres humanos, contudo ainda não há nenhum estudo que demonstre isso. A pesquisa não chegou a testar a capacidade dos animais de engravidarem fêmeas após os danos constatados nos testículos.
Outra conclusão positiva é de que os testes também tiveram sucesso na imunização de animais machos. A vacina foi capaz de impedir danos aos testículos dos camundongos machos vacinados.