O iPhone X já é provavelmente o produto mais festejado de 2017, e é muito fácil entender os notivos: as câmeras são excelentes (como o iPhone 8 já provou), o software é... funcional (como qualquer iPhone desde o 5S revelava) e o processador é potente (como o iPhone 8 também já comprovou). Mesmo com aparelhos rivais tão interessantes quanto, é importante admitir que aquela tela sem bordas será o ícone de ostentação do Instagram pelos próximos meses. Ainda assim, não se falou tanto sobre a tela, de um ponto de vista tecnológico. Entendemos que é bonito, e que aquela plaquinha em cima é meio irritante. Entendemos também que é OLED e que tem HDR, mas não se falou muito mais disso. Segundo a Apple, o iPhone X usa uma tela de 5,8 polegadas que ela chama de "Super Retina HD", que renderiza uma resolução de 2436 por 1125 pixels, para uma densidade de 458 pixels por polegada. O "Super" pode não estar vindo do ligeiro aumento na resolução ou na mudança de proporção, mas sim da tecnologia OLED.10 momentos-chave na evolução dos smartphones até o novo lançamento da Apple OLED obviamente não é uma novidade. A Samsung já faz telas OLED há anos, e celulares como Galaxy S8 mostram que eles se tornaram mestres nisso. Eles são tão bons nisso, na verdade, que a Apple compra as telas do iPhone X diretamente da Samsung. A LG também faz, mas a linha de produção da Samsung parece ter agradado mais. Até a Apple já usa OLED no Apple Watch. Comprar peças de "concorrentes" não é incomum, afinal nem todo mundo consegue produzir todos os componentes de um smartphone. Muitas câmeras de smartphones usam sensores da Sony, por exemplo, e isso inclui a Apple, que usou o Exmor RS no iPhone 7. Uma das vantagens do OLED é que o display em si é uma placa só. No LCD IPS usado nos outros aparelhos da Apple, a tela é uma coisa e o backlight é outra — isso quer dizer que enquanto um componente mostra as coisas, há uma outra peça iluminando tudo. No caso do OLED, a tela emite a própria luz. Por isso há um "contraste infinito": os pixels pretos sequer precisam de iluminação. Além de ser legal ter uma tela que acende parcialmente, a tecnologia permite até economizar bateria, desligando pixels individuais.Problemas Mas há alguns poréns: primeiramente, há um defeito que, se não for comum, pelo menos é possível — o burn-in é quando a tela fica queimada em algum ponto. Como OLED é orgânico e acende pixels individuais, pode acontecer de algum pontinho superaquecer, e as coisas não voltam ao normal. Claro que há como contornar isso: o burn-in é causado por imagens que ficam na tela por muito tempo, e mesmo a Samsung resolve isso. Os botões virtuais se movem alguns pixels de vez em quando, de um jeito bem imperceptível. Ainda assim, é um risco, e resta saber como a Apple vai tratar esse problema. Outra questão menos contornável é o arranjo de subpixels. Segundo relatos de usuários de fóruns e blogueiros que já colocaram as mãos no aparelho, o OLED do iPhone X usa um arranjo chamado PenTile. Isso significa que cada pixel é formado por vários subpixels em formato de diamante; ou seja, há um pontinho verde, um vermelho e um azul. Cada pixel é formado por vários pontos, basicamente, mas o tamanho dos pontos e o espaçamento entre eles importa muito. O smartphone OnePlus 3, lançado em 2015, apresenta uma tela OLED Full HD com o mesmo arranjo de subpixels, e foi criticado justamente porque ele só era realmente Full HD se a tela inteira estivesse verde. Parece absurdo, mas a verdade é que, quando o espaçamento entre os subpixels é desigual, a resolução efetiva é menor. De qualquer forma, é importante que esse passo seja dado. A LG, que faz TVs OLED há anos, só agora entrou na moda do OLED em smartphones, com o V30. Como a Apple costuma popularizar tecnologias que antes eram experimentais, é bem provável que ela amadureça, o que é bom para todo mundo envolvido. Ainda assim, é importante saber no que você está se metendo ao comprar um produto caro de primeira geração.