Apenas 7 capitais estão preparadas para a instalação do 5G no Brasil
Pesquisa revela que a nova tecnologia de transmissão demanda 10 vezes mais antenas do que o 4G para funcionar adequadamente
Tecnologia e Ciência|Do R7 com Agência Estado
O leilão do 5G no Brasil acontece nesta quinta-feira (4) e, diante da expectativa sobre as empresas e consórcios que vão explorar a tecnologia no território brasileiro, uma pesquisa revelou que são poucas as regiões que já estão preparadas para receber a internet mais veloz.
Apenas sete das 27 capitais possuem legislações que possibilitam a instalação da infraestrutura necessária para que a nova tecnologia comece a ser utilizada. São elas: Boa Vista (RR), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO).
Os dados divulgados pela Conexis, empresa brasileira focada em telecomunicações e conectividade, têm como base as regiões que seguem a maioria dos parâmetros estabelecidos pela LGA (Lei Geral de Antenas), de 2015.
Com isso, foram levados em conta fatores como a não exigência de licenciamento para infraestruturas de pequeno porte, procedimentos simplificados para obter licenças e a não necessidade de um novo licenciamento para incluir novas tecnologias ou infraestrutura no local.
"Quanto mais adaptada a lei municipal à LGA e quanto mais célere o processo de avaliação dos pedidos de licença, mais rápido o 5G estará disponível para o município e para o consumidor", afirmou o presidente da Conexis, Marcos Ferrari.
De acordo com a empresa, nove capitais possuem média aderência aos parâmetros da Lei Geral de Antenas, e outras cidades estão trabalhando para alterar suas legislações para poder receber novas tecnologias, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MG).
"O setor de telecom vem dialogando sobre a necessidade de leis municipais de antenas mais modernas, que ajudem na instalação de antenas. No caso dessas três cidades citadas, elas já estão em processo de mudança das legislações atuais por leis mais modernas, o que é muito positivo."
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Legislações modernas são de suma importância para que não haja problemas na instalação de antenas necessárias para o funcionamento de novas tecnologias. Para o 5G, por exemplo, as cidades precisarão de 10 vezes mais antenas do que o 4G para que a população consiga usufruir da tecnologia.
"Além de ter uma legislação aderente à LGA, o processo de emissão de licenças para antenas é totalmente informatizado, sem intervenção humana, e é liberado uma hora após o pedido", ressalta o presidente da Conexis.
O leilão desta quinta-feira prevê que as empresas vencedoras comecem a disponibilizar a rede 5G para a população até o dia 31 de julho de 2022, mas esse serviço depende das legislações municipais para a instalação de antenas, que, hoje, têm o tamanho de uma caixa de sapato e podem ser colocadas na fachada de edifícios, bancas de jornais ou até placas de trânsito.