Batalha de drones anima o público da Campus Party 2018
Modalidade atrai entusiastas de tecnologia, impressão e montagem 3D e desenvolvimento de circuitos. Perde quem cair de cabeça pra baixo
Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7
Uma das categorias esportivas mais novas e estranhas do planeta marca presença na Campus Party 2018: a batalha de drones. Parece fácil, mas os veículos alcançam velocidades que passam dos 100 Km/h. Os pilotos precisam provar que possuem habilidade.
Uma pista de drones não é uma linha reta, mas uma arena com arcos luminosos que determinam o percurso que deve ser percorrido. Em corridas mais simples, como as disputadas na Campus Party, dois drones entram na disputa e precisam não apenas completar o percurso, mas terminar inteiros.
Nas disputas finais, acontece uma batalham e o primeiro drone que cair de cabeça pra baixo sem conseguir decolar novamente perde.
Os drones possuem câmeras que enviam imagens para óculos que os pilotos utilizam para guiarem seus veículos.Tela ao lado da arena mostra a visão dos competidores enquanto pilotam o drone para o público.
A trajetoria de um "droneiro"
Muitos dos pilotos começaram na categoria não apenas por paixão competitiva, mas entusiasmo com impressão 3D, circuitos de computador e montagem de peças. É o caso de Lucas Schlosinski, 31 anos, é piloto de drones há um, mas tem contato com eles há quase quatro anos. Seu envolvimento com drones começou nos Fab Labs públicos da prefeitura de São Paulo. Esse locais disponibilizam gratuitamente itens, quase sempre caros, como impressoras 3D e cortadores a laser .
— O investimento inicial na tecnologia de fabricação de drones é alto, uma vez que os materiais são custosos e iniciantes erram muito até conseguirem um projeto ideal. Mas depois tudo fica mais fácil — pontua Schlosinski.
O próximo passo, segundo ele, foi aprender conceitos avançados de robótica, aerodinâmica e controladores a distância. Mas existem outras dificuldades para quem quiser ser um "droneiro".
— A cena de competição de drones não cresce mais por falta de legislação específica. Nós competidores sabemos onde podemos voar. O risco de acidentes sérios é mínimo, mas falta algo oficial para que muitas corridas não sejam ilegais. Aí impera a desinformação — afirma ele.
Diversão para todos
Apesar da complexidade envolvida na construção e operação de um drone, qualquer um pode se divertir na arena montada na Campus Party.
O cientista da computação Carlos Cândido, um dos curadores da arena do evento, afirma que iniciantes também podem participar e competir.
— Nós damos instruções básicas de como funcionam os drones e emprestamos um drone mais fácil de ser operado — informa Cândido.