China faz história ao pousar sonda no lado oculto da Lua
É a primeira vez que um veículo pousa do outro lado da lua, que só tinha sido fotografado do alto por espaçonaves que orbitaram o satélite
Tecnologia e Ciência|Do R7
Uma sonda da China pousou com sucesso no lado oculto da Lua nesta quinta-feira (3), informou a agência espacial do país, que louvou o evento como uma conquista inédita do programa espacial.
Lançada em dezembro, a sonda lunar Chang'e-4 fez um "pouso suave" às 2h26 (horário de Greenwich, 4h26 no horário de Brasília) e transmitiu a primeira imagem em "close" do lado oculto da Lua, informou a Agência Nacional de Administração Espacial da China.
A Lua está ligada à Terra pelas marés, girando na mesma velocidade enquanto orbita nosso planeta, por isso seu lado oculto — ou "lado negro" — jamais é visível para nós. Espaçonaves anteriores viram o lado oculto, mas nenhuma havia pousado nele.
Pouso 'ergue véu de mistério' sobre a lua
O pouso "ergue o véu de mistério" do lado oculto da lua e "iniciou um novo capítulo na exploração lunar humana", disse a agência em um comunicado publicado em seu site, que incluiu uma foto colorida que mostra um grande ângulo de uma cratera da superfície da lua.
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A sonda, que tem um módulo de aterrissagem e um jipe, desceu em uma área escolhida na Cratera Von Karman, próxima do polo sul da lua, depois de entrar na órbita lunar em meados de dezembro.
Entre as tarefas da Chang'e-4 estão observações astronômicas, análises do terreno lunar, da forma do solo e da composição mineral e a medição da radiação de nêutrons e os átomos neutros para estudar o meio ambiente do lado oculto.
O pouso é um marco para a China, que corre para alcançar a Rússia e os Estados Unidos e se tornar uma grande potência espacial até 2030. Pequim planeja iniciar a construção de sua própria estação espacial tripulada no ano que vem.
EUA preocupado com conquistas chinesas
Embora a China tenha insistido que suas ambições são totalmente pacíficas, o Departamento de Defesa dos EUA a acusou de desenvolver atividades para impedir outras nações de usarem recursos situados no espaço durante uma crise.
À parte suas ambições civis, a China já testou mísseis antissatélite e o Congresso norte-americano proibiu a agência espacial dos EUA de cooperar com sua equivalente chinesa devido a preocupações de segurança.
Agora que a competição está se acelerando no espaço, o presidente dos EUA, Donald Trump, pretende criar uma nova "Força Espacial" que seria uma sexta divisão dos militares até 2020.
Mas a corrida espacial também acelera no setor privado, já que várias empresas almejam comercializar as viagens espaciais -- como a californiana SpaceX, que agitou a indústria com seus foguetes reutilizáveis e de baixo custo Falcon 9.
Em vídeo: Estação Espacial chinesa cai no Oceano Pacífico