Cruz Vermelha sofre ataque cibernético de grande escala
Segundo organização, os dados de pelo menos 515 mil pessoas foram vazados por grupo de hackers desconhecido
Tecnologia e Ciência|Do R7
O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) informou nesta quarta-feira (19) que foi vítima de um ataque cibernético de grande escala no qual hackers apreenderam os dados de mais de 515 mil pessoas extremamente vulneráveis.
"Esse ataque cibernético coloca pessoas vulneráveis, aquelas que já precisam de serviços humanitários, em maior risco", declarou o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, em comunicado.
A organização, com sede em Genebra, não tem informações sobre os autores do ataque, que teve como alvo uma empresa prestadora de serviço com a qual o CICV tem contratos para armazenar dados.
"Embora não saibamos quem são os responsáveis por este ataque, ou por que eles o realizaram, temos que fazer este apelo a eles. Suas ações podem causar mais danos e dor àqueles que já presenciaram um sofrimento incalculável", afirmou Mardini. "Não compartilhe, não venda, não divulgue e não use esses dados de forma alguma", acrescentou.
De acordo com o CICV, ainda não há indicação de que as informações tenham sido divulgadas ou compartilhadas publicamente.
O ataque cibernético "pôs em risco os dados pessoais e informações confidenciais de mais de 515 mil pessoas extremamente vulneráveis, incluindo pessoas separadas de sua família como resultado de conflitos, migração e desastres, pessoas desaparecidas e sua família e pessoas detidas", explicou o comunicado.
Os dados vêm de pelo menos 60 sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo.
Durante conflitos e catástrofes, as famílias podem perder o rastro de um ente querido. O CICV e as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho trabalham para descobrir o paradeiro de pessoas desaparecidas, trocar mensagens e reunir famílias.
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"A cada dia, o Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho ajuda a reunir uma média de 12 pessoas desaparecidas com suas famílias. Ataques cibernéticos como esse colocam em risco esse trabalho vital", concluiu Mardini.
O CICV disse que está trabalhando com seus parceiros humanitários em todo o mundo para entender o alcance do ataque e tomar as medidas apropriadas para proteger seus dados no futuro.