Devo tirar aparelhos elétricos da tomada quando está caindo raio?
Descargas elétricas e fortes ventanias podem ocasionar surtos de tensão e, consequentemente, a queima dos equipamentos
Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo, do R7*
Apesar de a maioria dos edifícios dos grandes centros urbanos contarem hoje com instalações para-raio — fator indispensável para garantir a segurança da população —, tempestades ainda podem ocasionar os chamados "surtos" de tensão na rede elétrica, e consequentemente, a queima de aparelhos elétricos, que podem ir desde simples lâmpadas até dispositivos eletrônicos e eletrodomésticos.
Por esse motivo, a orientação em dias de chuva intensa, seja ela acompanhada de raios ou simplesmente de fortes ventanias, é desligar todos os equipamentos — e não menos importante, mantê-los fora da tomada até que o tempo volte a estabilizar.
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"As redes elétricas das residências estão fisicamente ligadas às das ruas próximas a ela, então quando um raio atinge um poste, ainda que ele esteja a alguns quilômetros de distância, é provocado um 'surto' ou 'pico' de tensão que se propaga por toda essa infraestrutura", afirma o professor Rudolf Buhler, do Departamento de Energia Elétrica do Centro Universitário FEI.
"Esse surto, ainda que efêmero, pode ocasionar a queima dos aparelhos, fabricados para suportar 110 Volts — alguns 220. Um raio, por sua vez, tem de centenas a milhares de Volts", completa.
Vale ressaltar que um raio é apenas um dos fatores que pode provocar o incidente. Uma queda de energia, por exemplo, bastante comum durante fortes ventanias, também pode ocasionar uma oscilação na rede elétrica e queimar um equipamento.
Seja por qual for o motivo, o professor garante que nem tudo está perdido. Além de os consumidores poderem pedir uma indenização à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em alguns casos, o aparelho pode, sim, ter conserto.
"Se a peça que queimou foi o módulo [peça dedicada à fonte], a depender do equipamento, ela pode ser trocada. Em geral, aparelhos como TVs e geladeiras vêm com módulos separados", diz. "Como sempre recomendo, no entanto, vale considerar se é o caso de mandar para o conserto ou simplesmente comprar um novo."
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques