Dez anos de Facebook: polêmicas, privacidade e desafios
Rede social mais popular do mundo expandiu suas áreas de atuação em 2014
Tecnologia e Ciência|Do R7
O Facebook comemorou dez anos em 2014 com alguns desafios: se manter relevante e expadir suas atividades para acompanhar seus usuários onde quer que eles estejam. A rede social terminou o ano com duas aquisições bastante expressivas: o aplicativo de mensagens WhatsApp e a empresa de realidade virtual Oculus VR.
Vivendo uma constante relação de amor e ódio com os internautas, a rede social é alvo de críticas e até mesmo completou sua primeira década de vida perdendo usuários. Basta dizer que duas das matérias mais lidas dos últimos anos comentam motivos para excluir seu perfil do Facebook e como, efetivamente, deletar sua conta.
Um dos motivos para tanto rancor são as imposições de uma política de privacidade que dá permissão ao Facebook para vender as informações publicadas pelos usuários na rede e - indo além - a rede social se dá o direito de utilizar o histórico de navegação dos internautas e até informações de outros aplicativos no celular para vender anúncios relacionados nas barras laterais do seu feed de notícias.
Confira todas as versões de layout do Facebook
Faça o teste: deixe o Facebook aberto em uma aba do navegador e, em outra aba, busque por um produto qualquer. A seguir, atualize sua aba que estava logada na rede social. Em segundos, os anúncios tentaram "te ajudar" a comprar o produto procurado. O que pode ser considerado uma forma de facilitar a vida do internauta, também é alvo de críticas pela política intrusiva.
A tal política de privacidade
Numa tentativa de deixar as informações mais claras, o Facebook realizou uma série de iniciativas durante o ano. Em uma delas, o próprio criador do serviço e CEO da empresa, Mark Zuckerberg respondeu dúvidas enviadas por usuários de todo o mundo sobre a empresa.
Apesar da boa intenção, há ainda a possibilidade de que o Facebook esteja "mudando a regra" no meio do jogo mais uma vez. Usuários se questionam quantas vezes a empresa pode repetir a atitude quando e como quiser no futuro.
Saiba o que munda na nova política de dados do Facebook
Apesar de ser um dos vértices de uma nova era de exposição e até mesmo mudar a forma como gerações imaginam o espaço público (seja ele físico ou virtual), Zuckerberg parece bastante "tradicional" quando assuntoié sua vida privada. No início de outubro, o CEO do Facebook gastou nada menos que US4 30 milhões para comprar as quatro casas vizinhas à sua mansão de 2,6 mil metros quadrados (que custou US$ 14 milhões). Tudo para garantir a tranquilidade de sua vida familiar.
Mobilização social
Durante sua trajetória, a rede social tem alguns pontos fortes: unir pessoas em torno de ideias e servir como ferramenta de mobilizações sociais. Os dez anos de vida completados em fevereiro devem ser comemorados, acima de tudo, pelos usuários, lembra o diretor-geral do Facebook Brasil, Leonardo Tristão.
— Aos dez anos de vida, entendemos que este é um momento para celebrar não o que o Facebook tem feito, mas o que as pessoas têm feito com o Facebook. Vimos como o Facebook foi utilizado para reunir brasileiros em momentos de mobilização. Os termos “manifestação” e “vem pra rua”, por exemplo, estiveram entre os dez temas mais comentados pelos brasileiros no Facebook em 2013.
O futuro
Agora, a companhia de Mark Zuckerberg tem planos ousados para aumentar a sua já gigante base de usuários. A rede social investe em uma frota de drones movidos por energia solar para conectar os dois terços do mundo que não tem acesso à internet. Faz sentido: mais pessoas conectadas resulta em mais usuários em potencial para os serviços da empresa.
Facebook quer dominar o mundo?
As compras fazem parte de uma estratégia para não ficar para trás, afirma o professor de Mídias Sociais da Panteion University e criador do aplicativo Taxibeat, Nikos Drandakis. O executivo e professor grego aponta que as compras do Facebook podem fazer com que a companhia se mantenha na ponta por mais tempo.
— Acho que os rapazes do Facebook são bastante inteligentes. Eles não sofrem do dilema da inovação. Eles não deixam que a inovação os atropele. Eles estão comprando “as novas grandes coisas”, compraram o Instagram, WhatsApp e agora a Oculus VR. Eles são espertos, sabem o que vem a seguir e estão prontos para gastar bilhões e comprar as novas tendências.