Dispositivo é capaz de gerar energia pelo suor e pela pressão dos dedos
Acessório que pode ser enrolado como um curativo funciona até mesmo quando o usuário está dormindo ou sentado no sofá
Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo*, do R7
Engenheiros da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram um dispositivo que pode ser usado na ponta do dedo e gerar pequenas quantidades de eletricidade quando pressionados ou em contato com o suor. O acessório, uma fina tira e flexível, é extremamente prático no dia a dia e pode ser enrolado como um band-aid.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia é um grande avanço para a ciência, uma vez que é capaz de aproveitar a energia do corpo humano mesmo quando a pessoa está dormindo ou sentada.
"Ao contrário de outros dispositivos movidos a suor, este não requer exercícios, nenhuma entrada física do usuário para ser útil", afirma o co-autor do estudo Lu Yin, PhD em nanoengenharia.
O mecanismo do acessório consiste em um acolchoamento de eletrodos com espuma de carbono associados com enzimas que desencadeiam reações químicas entre o sal e as moléculas de oxigênio contidas no suor para gerar eletricidade.
Embaixo dos eletrodos, por sua vez, está um chip movido a piezoeletricidade, isto é, a capacidade de gerar tensão elétrica por resposta a uma pressão mecânica. O que permitiria a produção de energia a partir de atividades como digitar, enviar mensagens texto ou tocar piano.
"Imaginamos que isso pode ser usado em qualquer atividade diária que envolva toque", disse o professor de nanoengenharia da universidade, Joseph Wang. "Coisas que uma pessoa normalmente faria de qualquer maneira no trabalho ou em casa."
O dispositivo obtém a maior parte de sua energia por meio do suor produzido pelas pontas dos dedos, que transpira o tempo todo. Para se ter uma ideia, cada dedo contém mais de mil glândulas sudoríparas, capazes de produzir de 100 a mil vezes mais suor do que a maioria das outras áreas do corpo.
Os cientistas fizeram uma pessoa usar o acessório enquanto fazia atividades sedentárias e os resultados foram surpreendentes. Com 10 horas de sono, foram coletados quase 400 milijoules de energia — o suficiente para alimentar um relógio de pulso por 24 horas.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques