Resumindo a Notícia
- O nanossatélite VCUB1 é o primeiro equipamento desse tipo projetado pela indústria nacional.
- Lançado às 3h48 (horário de Brasília) deste sábado (15), satélite está na órbita da Terra.
- Pesando apenas 12 kg, o VCUB1 vai validar as tecnologias espaciais desenvolvidas no país.
- Dispositivo será útil para a agricultura, controle do desmatamento e missões espaciais futuras.
Nanossatélite VCUB1, da Visiona Tecnologia Espacial (união de Embraer e Telebras)
Divulgação / Embraer - 15/04/2023O primeiro satélite de observação da Terra e coleta de dados projetado pela indústria nacional, o VCUB1, já está em órbita no planeta. Desenvolvido pela Visiona Tecnologia Espacial, uma empresa criada em parceria entre a Embraer e a Telebras, o dispositivo foi lançado ao espaço às 3h48 (horário de Brasília) deste sábado (15), da base de lançamento de Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Trata-se de um nanossatélite. Ele tem as mesmas peças e partes dos satélites tradicionais, como computador de bordo, sistemas de posicionamento e de propulsão, antenas, comunicação por rádio, sistema de controle de energia, painel solar, mas tudo em tamanho menor. O VCUB1 pesa apenas 12 kg.
Veja também
-
Tecnologia e Ciência
Satélite da SpaceX cai na Terra e é sinal de possível prejuízo milionário para Elon Musk
-
Tecnologia e Ciência
Nasa vê pela primeira vez buraco negro com rastro de estrelas cruzando o espaço
-
Brasília
Em meio a disputas entre EUA e China, Brasil se prepara para lançar novo satélite com asiáticos
O equipamento será capaz de coletar simultaneamente imagens e dados de comunicação. Vai ser usado no desenvolvimento e validação das tecnologias espaciais da Visiona, na agricultura e no controle do desmatamento, entre outras aplicações. Além disso, deverá demonstrar a capacidade da indústria brasileira de realizar missões espaciais avançadas.
Ilustração com a descrição de alguns detalhes e diferenciais do nanossatélite VCUB1
Reprodução/Visiona Tecnologia EspacialAntes de ser transportado para os EUA, o equipamento foi submetido a diferentes testes a fim de verificar possibilidades de danos relacionados a eletromagnetismo, vácuo e temperatura, entre outras condições adversas que encontrará no espaço. Foi aprovado em todos.
“O lançamento do VCUB1 é histórico para a indústria aeroespacial brasileira porque coloca o país em um seleto grupo de nações que dominam todo o processo de desenvolvimento de satélites, e nos capacita para voos ainda maiores”, disse João Paulo Campos, presidente da Visiona Tecnologia Espacial.
“O VCUB1 materializa um esforço de anos, para a criação de uma empresa brasileira integradora de sistemas espaciais, iniciado com o programa SGDC [Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas]”, completa.
O principal objetivo dessa missão espacial do satélite é a validação de sua arquitetura e do software embarcado, de forma a possibilitar seu uso posteriormente, em dispositivos de maior porte.
Lançamento do satélite VCUB1
Reprodução da Internet / Visiona Tecnologia EspacialFoi implementado e está em teste no VCUB1 o software que integra o computador de bordo, considerado o 'cérebro' do satélite. Ele inclui o sistema de controle de órbita e altitude, inédito no país, e o sistema de gestão de dados de bordo, que permite o controle de todos os seus componentes.
Na missão, a Visiona também vai validar o software de comunicação do satélite, importante para a implementação dos serviços finais e para garantir a segurança das comunicações e do controle do equipamento. O período em órbita permitirá ainda a qualificação no espaço da OPTO 3UCAM, a primeira câmera reflexiva projetada e produzida no Brasil.
O projeto VCUB1 conta com uma rede formada por mais de 15 parceiros, incluindo instituições de ensino, pesquisa e fomento à inovação, órgãos públicos e algumas empresas privadas. O programa recebeu o apoio financeiro da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e do Instituto Senai de Inovação.
Veja também: Lançamento de foguete japonês dá errado, e agência espacial ordena autodestruição em pleno voo