EUA acusam hackers de trabalharem para o governo chinês
Suspeitos teriam invadido computadores de agências estatais para dar às empresas chinesas vantagens competitivas
Tecnologia e Ciência|Do R7
Promotores públicos dos Estados Unidos acusaram na última quinta-feira (20) dois chineses de roubar dados confidenciais de agências estatais e empresas norte-americanas, segundo um processo judicial.
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Os alvos incluíram a Marinha dos EUA, a Nasa e empresas envolvidas com aviação, espaço e tecnologia de satélites, disse o documento.
Os dois hackers, identificados como Zhu Hua e Zhang Jianguo, atuaram na China para invadir computadores e roubar dados dados sigilosos para dar às empresas chinesas vantagens competitivas. Autoridades dos EUA disseram que os dois trabalharam em associação com o Ministério chinês de Segurança do Estado.
Os acusados eram membros de um grupo de hackers conhecido na comunidade de segurança cibernética como APT 10 e também trabalharam para a empresa chinesa de ciência e tecnologia de desenvolvimento Huaying Haitai, disseram os promotores.
Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia se uniram aos EUA para pressionar a China sobre o que chamaram de uma campanha global de roubo de propriedade intelectual comercial via ciberataques, sinalizando uma crescente coordenação global contra a prática.
Resposta da China
O Ministério das Relações Exteriores da China informou que se opõe resolutamente às acusações caluniosas dos Estados Unidos e de outros aliados que criticam seu país por espionagem econômica, exigindo que Washington retire as acusações.
Os EUA também devem retirar acusações contra dois cidadãos chineses, disse o ministério, acrescentando que a China nunca participou ou apoiou o roubo de segredos comerciais e apresentou "severas reclamações" a Washington.
"Pedimos que o lado norte-americano corrija imediatamente suas ações errôneas e cesse suas calúnias com relação à segurança na Internet", afirmaram os chineses, acrescentando que tomarão as medidas necessárias para salvaguardar sua própria segurança cibernética e seus interesses.
Há muito tempo é sabido que as agências do governo norte-americano invadiram e monitoraram governos, empresas e indivíduos estrangeiros, acrescentou o ministério.
A Reuters não conseguiu contatar imediatamente Zhu ou Zhang.
Questionado se a ira da China com as acusações virtuais teria impacto sobre as negociações comerciais com os EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, reiterou uma declaração do ministério de que se os norte-americanos não revisarem sua posição, as relações entre os dois países seriam seriamente prejudicadas.
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