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Tecnologia e Ciência

EUA: chefe do Instagram depõe sobre impacto do app nos jovens

Adam Mosseri explica ao Senado americano a real interferência da rede social na vida de crianças e adolescentes

Tecnologia e Ciência|Do R7

Adam Mosseri durante depoimento no Senado americano
Adam Mosseri durante depoimento no Senado americano

O chefe do Instagram responde nesta quarta-feira (8) a uma enxurrada de perguntas de senadores americanos, em um momento em que o aplicativo para compartilhamento de imagens é acusado de ter ignorado documentos internos que alertavam para riscos aos usuários mais jovens.

Adam Mosseri deverá explicar o conteúdo das investigações que vazaram para a imprensa americana pela ex-funcionária do Facebook — atual grupo Meta — Frances Haugen. Um dos estudos, publicado em 2019, revelava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos.

Outro, de 2020, mostrava que 32% dos adolescentes consideravam que o uso da rede social tinha piorado a imagem que tinham do próprio corpo, com o qual não se sentiam mais satisfeitos.

A empresa se defendeu das revelações e assegurou que os resultados das investigações foram tirados de contexto, ao mesmo tempo em que minimizou o alcance. Mas para os legisladores americanos, que já entrevistaram vários encarregados de redes sociais no âmbito de uma série de audiências sobre a proteção online de crianças e jovens, é urgente agir.


"Minhas conversas com pais me impulsionam a pedir reformas e exigir as respostas que todo o país espera", declarou na última terça-feira (7) o senador Richard Blumenthal, que preside a subcomissão de proteção aos consumidores perante a qual Mosseri vai se apresentar.

Em meados de novembro, vários estados americanos abriram uma investigação para determinar se o Meta permitiu deliberadamente que crianças e adolescentes usassem a rede social apesar de saber que a plataforma poderia afetar sua saúde física e mental.


Medidas

Na véspera da audiência, o Instagram anunciou uma série de medidas para reforçar a proteção dos mais jovens.

O aplicativo vai impedir especificamente que usuários mencionem em publicações adolescentes que não sejam seguidores dos perfis e será mais estrito quanto ao que recomenda aos jovens.


A rede social também vai propor, em março de 2022, ferramentas para permitir aos pais ver quanto tempo seus filhos passam no aplicativo e estabelecer limites. E dará em breve acesso a um centro de informação com tutoriais e conselhos de especialistas.

Outra novidade: o Instagram lança, em todos os grandes mercados de língua inglesa, a opção "Faça uma pausa", que vai sugerir aos usuários parar por um tempo antes de continuar vendo conteúdo no aplicativo.

Mosseri também anunciou que em janeiro haverá um novo espaço no aplicativo, que permitirá aos adolescentes revisar toda a atividade no Instagram, do conteúdo publicado aos comentários, incluindo as curtidas, para eventualmente ter a possibilidade de eliminar uma parte, a fim de permitir-lhes "gerenciar mais facilmente sua pegada digital".

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Os anúncios foram recebidos com desconfiança, e inclusive hostilidade, pelos senadores americanos.

Marsha Blackburn, líder dos republicanos na comissão de proteção aos consumidores, acusou o Instagram de tentar criar uma distração antes da audiência.

Enquanto isso, o presidente da Family Online Safety Institute, uma associação de defesa das famílias usuárias da internet, Stephen Balkam, saudou a decisão como um sinal "animador". "Esta é a última de uma longa lista de melhorias que o Instagram fez nos últimos dois ou três anos", disse.

"O Instagram é mais seguro do que nunca", continuou. "Menos tóxico para os adolescentes. Nunca será perfeito, jamais completamente seguro. Mas é assim com todas as redes sociais."

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