Fábrica de foguetes impressos em 3D promete criar veículos maiores
Em março, Terran 1 decolou da Flórida e conseguiu chegar ao espaço (até 134 km de altitude), mas não atingiu a órbita prevista
Tecnologia e Ciência|Do R7
Depois de lançar um foguete impresso em 3D pela primeira vez no mês passado, a startup americana Relativity Space anunciou, nesta quarta-feira (12), que abandonará o modelo utilizado para esse voo inaugural e se concentrará no desenvolvimento de um foguete maior.
No final de março, o foguete Terran 1 decolou da Flórida e conseguiu chegar ao espaço (até 134 km de altitude), mas não atingiu a órbita prevista.
De qualquer forma, essa missão de teste permitiu comprovar que os foguetes impressos em 3D "são estruturalmente viáveis, capazes de suportar a máxima tensão durante o voo", destacou a empresa californiana.
Os primeiros resultados de uma investigação mostram que um dos problemas durante o recente voo ocorreu porque as válvulas se abriram muito lentamente. Assim, os motores não alcançaram sua potência máxima.
Com as lições aprendidas no programa Terran 1, a Relativity Space "agora focará sua atenção no design, desenvolvimento e produção do foguete Terran R, de nova geração", informou a empresa.
O Terran R já estava em desenvolvimento, mas a companhia forneceu novos detalhes sobre o projeto.
Enquanto o Terran 1 tinha apenas 33,5 metros de altura e foi projetado para transportar apenas 1.250 kg para a órbita terrestre baixa, o Terran R terá mais de 80 metros e poderá transportar cerca de 23,5 toneladas (ou até 33,5 toneladas em outra versão).
É uma aposta arriscada, que competirá com os foguetes Falcon 9, da SpaceX, capazes de transportar 22,8 toneladas de carga útil para a órbita terrestre baixa. A empresa aeroespacial de Elon Musk lidera o mercado de lançadores pesados.
Segundo a Relativity Space, o primeiro voo do Terran R está previsto para 2026.
A primeira parte do foguete será reutilizável e voltará a pousar após o lançamento em uma plataforma no oceano, como ocorre atualmente com os Falcon 9.
A empresa já assinou contratos no valor de US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,13 bilhões), inclusive com a OneWeb e sua constelação de satélites, para oferecer internet a partir do espaço.
"O Terran R foi desenvolvido para atender a uma demanda crescente por esses serviços de lançamento para grandes constelações de satélites", explicou a Relativity Space.
"O Terran 1 foi como um carro-conceito, redefinindo os limites do que é possível por meio do desenvolvimento de muitas tecnologias novas", disse o CEO da empresa, Tim Ellis, em comunicado. "O Terran R é um produto para o mercado de consumo."
Com seus grandes robôs de impressão 3D, a empresa simplifica o processo de fabricação e, portanto, reduz custos.