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Foguete sul-coreano, Maranhão e quilombolas se encontram: conheça a Operação Spaceward

Brasil entra no mercado de lançamentos espaciais com uma missão que une universidades, startups e comunidades quilombolas

Tecnologia e Ciência|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Brasil vai lançar um foguete sul-coreano no dia 22 de novembro a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.
  • A missão, chamada Operaçãa Spaceward, envolve universidades, startups e comunidades quilombolas, destacando a participação de alunos maranhenses.
  • O foguete levará satélites e experimentos que coletarão dados ambientais e testarão tecnologias de comunicação e navegação.
  • A missão marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, com potencial para gerar empregos e inovação no setor.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Equipe envolvida na Operação Spaceward FAB/Divulgação

No próximo dia 22 de novembro, um foguete sul-coreano deve cruzar os céus do Maranhão. O lançamento, marcado para as 15h (horário de Brasília), sairá do Centro de Lançamento de Alcântara e marcará a estreia do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais.

Batizada de Operação Spaceward (rumo ao espaço, em tradução literal), a missão é conduzida pela FAB (Força Aérea Brasileira) em parceria com a AEB (Agência Espacial Brasileira) e a empresa Innospace, responsável pelo foguete HANBIT-Nano. Além do simbolismo, o voo tem objetivo comercial — algo inédito no país.


“Lançar um veículo estrangeiro a partir de Alcântara mostra que o Brasil tem infraestrutura e conhecimento para atuar num dos setores mais estratégicos do mundo”, afirmou o Tenente-Brigadeiro Ricardo Neubert, diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial.

Cargas nacionais e internacionais

A bordo do foguete estarão cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. Entre eles, um projeto que levará mensagens de estudantes maranhenses ao espaço e outro dedicado a monitorar o meio ambiente na Amazônia e no litoral nordestino.


O destaque é o PION-BR2 | Cientistas de Alcântara, desenvolvido pela UFMA (Universidade Federal do Maranhão). O satélite leva cartas escritas por alunos de escolas públicas do município — uma espécie de “garrafa ao espaço” — e também testará equipamentos brasileiros de comunicação e energia.

Segundo o professor Alex Barradas, da UFMA, o projeto “aproxima a ciência da cultura local e faz das comunidades quilombolas parte ativa do programa espacial”.


Outro destaque é o Jussara-K, também da UFMA, criado para coletar dados ambientais em áreas de difícil acesso. Ele será capaz de enviar informações para plataformas terrestres espalhadas pela região de Alcântara.

Tecnologia 100% brasileira

O foguete também levará ao espaço dois satélites desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — o FloripaSat-2A e o FloripaSat-2B. Eles vão testar sistemas de comunicação via LoRa, tecnologia de baixo consumo de energia usada em aplicações de internet das coisas (IoT).


Segundo o pesquisador Eduardo Bezerra, o lançamento mostra “a capacidade de estudantes e pesquisadores brasileiros de criar soluções espaciais completas, do projeto ao voo”.

Além dos satélites, o voo servirá para validar o Sistema de Navegação Inercial, tecnologia nacional que permite controlar com precisão a posição e a trajetória de um foguete. Desenvolvido por empresas brasileiras sob encomenda da AEB, o sistema poderá ser usado futuramente em drones e veículos autônomos.

A Castro Leite Consultoria também testará dois equipamentos de navegação de alta precisão, um passo importante para o reconhecimento da indústria nacional no mercado internacional. “Essa missão mostra que o Brasil pode oferecer soluções espaciais competitivas”, afirmou Waldemar de Castro Leite Filho, sócio da empresa.

Cooperação internacional

O voo incluirá ainda o Solaras-S2, módulo desenvolvido pela empresa indiana Grahaa Space para observar a atividade solar. O experimento busca monitorar fenômenos que afetam comunicações e sistemas tecnológicos na Terra.

A Operação Spaceward é resultado de um edital lançado pela AEB em 2020, que abriu o Centro de Alcântara a empresas estrangeiras. A Innospace foi uma das selecionadas e assinou contrato com a Aeronáutica em 2022.

Para a FAB, a missão é o início de uma nova era. “É o primeiro passo de um ciclo que deve gerar emprego, inovação e investimento no setor espacial brasileiro”, resumiu o brigadeiro Neubert.

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