Vários clientes da operadora Claro têm relatado que suas contas nas redes sociais foram invadidas, após terem seus chips clonados por criminosos. As quadrilhas atuam em perfis da internet com a venda de itens como móveis, eletrodomésticos e smartphones. As ofertas apresentam preços baixos e pedem pagamentos via Pix. O diretor de casting Allan Cardoso foi vítima desse tipo de fraude, na última quarta-feira (12), quando percebeu que seu celular estava sem sinal. Inicialmente, ele achou que era um problema temporário da operadora, mas logo notou que não conseguia acessar seu e-mail e que suas contas em vários aplicativos tinham sido desconectadas de seu aparelho. “Meus amigos começaram a me mandar mensagem no WhatsApp, avisando que estavam vendendo um smartphone pelo meu perfil do Instagram. Entrei em contato com um advogado e ele me disse que os chips da Claro estavam sendo clonados”, explicou. Ele fez um boletim de ocorrência e foi a uma loja da operadora, onde os atendentes o avisaram que esse tipo de fraude está ocorrendo com frequência. A empresa bloqueou o chip clonado e providenciou outro para o cliente. Para Allan, o processo mais difícil foi a recuperação do e-mail. Com a ajuda de um amigo que já conhecia o processo, ele conseguiu retomar suas contas nas redes sociais após um período de cinco horas. A Claro, no entanto, não o informou sobre as providências que está tomando em relação à clonagem dos chips. A Polícia Civil de São Paulo divulgou um passo a passo de como retomar contas do Instagram em iPhones. Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, explica que, em caso de clonagem de chip, é necessário fazer um boletim de ocorrência, e tentar verificar quais contas de redes sociais e de bancos estão atreladas ao número do celular. "Com a maior rapidez possível, também é importante tentar migrar para um novo número e para outra forma de validação, ou a pessoa pode perder o controle do acesso e outros indivíduos passarão a fazer inúmeras operações no nome dela", completou. Em conversa com o irmão de Allan, o criminoso pediu R$ 2 mil para que o perfil do Instagram, que conta com quase 30 mil seguidores, fosse recuperado. “O advogado que consultei me aconselhou a não usar a opção de SMS para a autenticação de dois fatores. Ele me indicou o uso de aplicativos especializados, e repassei a dica para quem me segue”, afirmou Allan. Para Arthur Igreja, "a vantagem dos aplicativos é que normalmente estão atrelados a uma conta do Google ou da Apple, onde é possível amarrar tudo a uma conta que está fora do número de celular como validação". O ator e empresário Pablo Falcão foi vítima da mesma fraude. Clicou em uma janela na tela de descanso do seu celular, e logo depois percebeu que não conseguia acessar os aplicativos do WhatsApp e do Instagram. "Tenho alguns amigos que passaram por essa situação e todos eles também são clientes da Claro", relatou. Pablo foi a uma das lojas da operadora, conseguiu bloquear seu chip clonado e comprou outro. O criminoso se passou pela vítima no WhatsApp e conseguiu duas transferências via Pix. No Instagram, mais uma pessoa caiu no golpe. Um dos amigos de Pablo transferiu R$1.320 após se interessar por uma televisão que foi anunciada no perfil. Arthur Igreja apontou que "para evitar esse tipo de fraude, é importante notar se não existe discordância entre o perfil da pessoa e o que está sendo anunciado". O especialista também ressaltou que é necessário entrar em contato para validar a identidade de quem faz o anúncio, e analisar o item que está sendo vendido e o desconto aplicado. Pablo Falcão conseguiu retomar o acesso a suas redes sociais depois de uma hora, porque contou com a ajuda de uma pessoa que sabia realizar o processo. "Tenho outros amigos que passaram quase dois dias para recuperar as contas", explicou. Em nota de esclarecimento ao R7, a Claro respondeu que "investe constantemente em políticas e procedimentos de segurança, adotando medidas rígidas para identificar fraudes e proteger seus clientes. A empresa reforça que é dever de todos os colaboradores e prestadores de serviços zelar pela integridade das informações, às quais têm acesso exclusivamente para exercício de suas funções, o que é reforçado em nosso Código de Ética e nos contratos firmados". A empresa também informou que conta com "processos seguros de troca de chips e está aperfeiçoando, constantemente, os procedimentos contra fraudes".