Metaverso depende de investimento em infraestrutura em telecomunicações
Sem conectividade, novidades não vão acontecer, afirma chairman do consórcio GSMA
Tecnologia e Ciência|Aline Sordili, da Record TV, em Barcelona
O esperado metaverso precisa de muito esforço do setor de telecomunicações para existir de fato. Sem conectividade e banda de alta velocidade, a experiência imersiva proposta primeiramente pelo Facebook pode não vingar. Pelo menos para usuários brasileiros.
Durante o MWC 2022, em Barcelona, o CEO da Telefônica, José Maria Alvarez-Pallete, afirmou que sem conectividade as novidades apresentadas pelas gigantes digitais, como o Facebook, não acontecerão. "A digitalização é irreversível. O momento é de colaboração. Leis ultrapassadas devem ser revistas", frisou Pallete. Stelleo Tolda, CEO do Mercado Livre, adotou o mesmo tom na semana passada: "É legal falar de metaverso, mas existe um metaverso da Faria Lima e outro do Brasilzão. Porque há a necessidade de toda uma estrutura para que o metaverso se torne realidade”, disse durante um evento.
A experiência em um metaverso, tida como a nova fase das interações digitais entre pessoas e empresas, só existirá com muita fibra e 5G funcionando, disse Pallete, que também discursou pela primeira vez como chairman do consórcio GSMA, consórcio mundial que representa os interesses de todas as operadoras de telecomunicações do mundo.
Ao final de sua fala, Pallete sugeriu que operadoras, reguladores e governo firmem um pacto social pela digitalização, redução das desigualdades e que garanta privacidade do cidadão. "Precisamos de um novo ambiente que traga valor para todos e que todos tenham um retorno justo", disse ele.
Aline Sordili viajou a convite da Huawei.