Missão indiana tentará responder 'mistério de 4 bilhões de anos' do polo sul da Lua
Com módulo lunar e rovers robóticos, cientistas planejam descobrir a composição do gelo presente nas camadas do lado escuro
Tecnologia e Ciência|Matheus Borges*, do R7
Após coordenar um inédito pouso bem-sucedido no polo sul da Lua, a agência espacial indiana tem planos para explorar o "lado escuro" lunar. Se ela acertar novamente, os cientistas vão começar a solucionar um mistério de 4 bilhões de anos, ainda escondido nas crateras do satélite.
A missão Chandrayaan-3 decolou do Centro Espacial Satish Dhawan, em Sriharikota, na Índia, no dia 14 de julho e pousou na quarta-feira (23).
Os cientistas iniciaram a liberação de dois rovers (veículos de exploração espacial) para explorar as características físicas da superfície da Lua, a atmosfera próxima e a atividade tectônica e estudar o que acontece abaixo da superfície. Veja a seguir as primeiras imagens registradas do polo sul da Lua.
Enquanto isso, a sonda Vikram realizará mais pesquisas e, segundo os astrônomos, vai poder ajudar a humanidade a entender detalhes da formação de nosso satélite e do planeta.
A dra. Becky Smethurst, astrofísica da Universidade de Oxford, disse que as sondas tentarão explorar um registro fossilizado perfeito da história da Lua no fundo das crateras lunares.
"A razão pela qual o polo sul da Lua é tão excitante é porque tem crateras de impacto muito profundas, cujo fundo está permanentemente protegido da luz solar", explicou Becky, em entrevista ao tabloide britânico Daily Star.
Os pesquisadores afirmaram que, se gelo for descoberto no interior da Lua, isso aconteceu em decorrência de impactos com cometas nos primeiros dias do Sistema Solar, além de praticamente comprovar que a água na Terra também é proveniente de um grande número de colisões com asteroides.
Lionel Wilson, professor emérito de ciências da Terra e planetárias na Universidade de Lancaster, acrescentou ainda que o pouso bem-sucedido gera uma chance de estudar metais lunares como titânio e alumínio.
Os recursos naturais presentes no satélite também podem gerar uma nova acirrada corrida espacial, como afirmou Yury Borisov, chefe da agência espacial russa Roscosmos.
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