Museu Nacional recupera 1.500 itens do acervo original
Equipe de busca localizou e reconheceu alguns materiais de arqueologia, mineralogia e etnologia que estavam sob escombros
Tecnologia e Ciência|da Agência Brasil
O Museu Nacional anunciou nesta segunda-feira (10) que as equipes de busca recuperaram cerca de 1.500 itens, entre peças das coleções, equipamentos, objetos pessoais, fragmentos arquitetônicos e alguns objetos ainda não identificados.
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Alguns materiais de arqueologia, mineralogia e etnologia já foram encontrados e reconhecidos. Entre eles estão peças pré-históricas, pontas de flechas em metal feitas por indígenas do início do século XX, urnas de cerâmica de origem tupi e marajoara, pedras como turmalina negra, além de bonecas Karajá, registradas como patrimônio imaterial do Brasil.
Segundo o diretor do museu, o trabalho de resgate está seguindo conforme o previsto. O foco maior está no escoramento das paredes mais frágeis para que os pesquisadores possam ter acesso ao prédio para procurar as peças. Já o trabalho de cobertura do palácio deve ser iniciado no próximo mês, em janeiro do ano que vem.
“Graças à empresa, que está dando segurança ao prédio, nós estamos fazendo um resgate localizado: onde a empresa precisa atuar, nós vamos coletando material. Já iniciamos também, de uma forma bem inicial, a segunda fase, que é a do resgate localizado, em que a gente entra em uma sala e só sai dela depois que tudo foi retirado. Estamos bem contentes com a atuação tanto da nossa equipe, quanto da empresa que está trabalhando em parceria com a gente”, explica o diretor do museu, Alexander Kellner.
Doação do governo Alemão
O governo alemão fez uma doação no valor de 180.800 euros, cerca de R$ 808 mil, que será utilizada na recuperação do acervo resgatado dos escombros.
O cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Klaus Zillikens, afirmou nesta segunda-feira que a doação representa apenas uma etapa inicial, já que o museu continuará sendo assistido. O governo alemão pretende disponibilizar um aporte de até 1 milhão de euros, que devem ser repassados conforme as demandas do museu.
A doação será usada para comprar materiais específicos de recuperação, listados pelas equipes de busca. Artigos como computadores e lupas especiais serão adquiridos - uma delas, inclusive, vai ser usada em particular na reintegração de Luzia, o fóssil humano mais antigo do Brasil.
“É um valor que entra para aquilo que a gente precisa. Nós estamos extremamente gratos pela sensibilidade do governo alemão”, reforçou Alexander Kellner.
Orçamento 2019
Até o momento, todo o progresso realizado no Museu Nacional foi graças ao repasse de R$ 10 milhões feito pelo Ministério da Educação. No entanto, para 2019, são esperados pelo menos R$ 56 milhões do governo federal.
“O principal valor é o de R$ 56 milhões, que é uma emenda parlamentar impositiva feita graças à enorme sensibilizada da bancada de deputados federais do Rio de Janeiro. Então, a solicitação está sendo feita e tem que ser aprovada no Orçamentono Congresso”, disse Kellner, que acrescentou que está tentando contato com o governo de transição para trazer apoio ao museu.
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