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Tecnologia e Ciência

Nasa anuncia retomada de voos à Estação Espacial Internacional com a Rússia

Motivo da decisão foi 'garantir a continuidade das operações', de acordo com a agência espacial americana

Tecnologia e Ciência|Do R7

Estação Espacial Internacional fotografada pelos membros da Expedição 56 de uma espaçonave Soyuz
Estação Espacial Internacional fotografada pelos membros da Expedição 56 de uma espaçonave Soyuz

Os Estados Unidos vão retomar os voos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), em cooperação com a Rússia, "para garantir a continuidade das operações", apesar de tentar isolar Moscou pela invasão da Ucrânia, anunciou a Nasa nesta sexta-feira (15).

Dois astronautas americanos voarão a bordo de um foguete russo Soyuz em duas missões separadas. A primeira delas está programada para setembro.

E, pela primeira vez, dois cosmonautas russos vão embarcar em foguetes SpaceX.

A missão estava planejada há muito tempo, mas faltava o sinal verde da Rússia. Ainda não se sabia que decisão Moscou tomaria, após a eclosão da guerra com a Ucrânia, no final de fevereiro deste ano.


Nas últimas semanas, funcionários da Nasa reiteraram seu interesse em ver isso acontecer.

O anúncio veio horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, demitir o diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitri Rogozin. Desde a ofensiva russa contra a Ucrânia, esta última fez declarações muito hostis contra o Ocidente.


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"Para garantir a segurança da Estação Espacial Internacional, para proteger a vida dos astronautas e para garantir a presença contínua de americanos no espaço, a Nasa retomará os voos integrados em naves espaciais americanas e russas Soyuz", informou a agência espacial americana, em um comunicado.

O astronauta americano Frank Rubio voará a bordo de um foguete Soyuz que deve decolar em 21 de setembro, junto com dois cosmonautas russos. Já a americana Loral O'Hara embarcará em uma nave espacial russa em 2023.


Além disso, Anna Kikina — a única cosmonauta feminina ativa — fará parte da tripulação Crew-5 que decolará em setembro, a bordo de um foguete SpaceX. O cosmonauta Andrei Fedyaev viajará com a Crew-6 em 2023.

Interdependência

Desde que os Estados Unidos suspenderam os ônibus espaciais em 2011 e até o primeiro voo da empresa privada SpaceX para a ISS em 2020, o programa da Nasa foi forçado a enviar astronautas americanos para a ISS, comprando da agência espacial russa assentos a bordo de foguetes Soyuz.

Desde que o primeiro voo da SpaceX para a ISS em 2020 encerrou esse monopólio, as tripulações voaram quase exclusivamente em foguetes de seus respectivos países.

O último astronauta a viajar a bordo de uma Soyuz foi o americano Mark Vande Hei, em abril de 2021. Voltou quase um ano depois em uma nave russa, apesar de a guerra na Ucrânia já ter começado.

Em seu retorno à Terra, ele declarou que os cosmonautas russos continuam sendo "amigos", apesar das tensões diplomáticas entre ambos os países.

As operações conjuntas anunciadas nesta sexta-feira (15) são realizadas sem contrapartida financeira.

Os Estados Unidos impuseram sanções drásticas a Moscou, que afetam, em parte, a indústria aeroespacial russa. Dmitri Rogozin protestou incansavelmente contra essas medidas.

Esta semana, a Agência Espacial Europeia anunciou que estava encerrando sua cooperação com a Rússia na missão conjunta ExoMars, que já estava suspensa há meses.

Mas a Estação Espacial Internacional é única.

"Foi concebida para ser interdependente e depende das contribuições de cada uma das agências espaciais para operar", explicou a Nasa nesta sexta.

"Nenhuma agência tem a capacidade de operar independentemente das demais", completou.

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