Nave israelense pode ter espalhado vários seres microscópios pela Lua
Em 2007, foram colocados animais microscópios na sonda espacial da Rússia e da ESA e foi comprovado que sobreviveram às condições do espaço exterior
A nave israelense Beresheet, que caiu ao tentar aterrissar na Lua em abril, pode ter espalhado na superfície lunar milhares de tardígrados, animais microscópicos muito resistentes e capazes de sobreviver em condições extremas, revelou um dos participantes do projeto.
Os milhares de tardígrados "poderiam hipoteticamente ser revividos no futuro", afirmou Nova Spivack, fundador da Arch Mission Foundation, à revista "Wired".
Orli Madmon, porta-voz de SpaceIl, a empresa que enviou à Lua a sonda Beresheet, afirmou à Agência Efe que não pode confirmar e nem desmentir a presença dos animais.
Spivack é o fundador de um projeto que tenta arquivar conhecimento e espécies da Terra e preservá-los para futuras gerações e que foi o encarregado de fazer a "biblioteca lunar" que foi incorporada à sonda.
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Esta, um arquivo do tamanho de um DVD, incluía, segundo a organização, 30 milhões de páginas de informação sobre história e civilização humana, milhares de livros clássicos, quase toda a Wikipedia em inglês e uma cápsula israelense com a história do país, a Torá, literatura, fotos, canções e desenhos de crianças israelenses. Também continha bases de dados para entender 5 mil idiomas, com 1,5 milhão de traduções entre eles.
Mas Spivack revelou agora que, além disso, sua equipe decidiu no último momento incluir no arquivo uma resina sintética com pelo e amostras de DNA de 25 pessoas (incluído dele mesmo) e milhares de tardígrados desidratados. Além disso, acrescentou ao final uma fita que foi borrifada com um spray com outros milhares de tardígrados mais. Estes microorganismos podem resistir a temperaturas de entre - 200 e 150 graus centígrados e viver até dez anos sem água, por isso podem aguentar inclusive a exposição espacial.
Em 2007, foram colocados tardígrados na sonda espacial Foton M3 da Rússia e da ESA e foi comprovado que sobreviveram às condições do espaço exterior.
Spivack acredita que não existe risco de os tardígrados "tomarem" a Lua, já que teriam que retornar à atmosfera para ser reidratados e então se reproduzir.