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Tecnologia e Ciência

Polícia fará buscas na consultoria envolvida no escândalo do Facebook

Empresa teve acesso à informações de 50 milhões de usuários do Facebook de forma indevida para influenciar a opinião pública em eleições

Tecnologia e Ciência|Pablo Marques, do R7 com Reuters

Alexander Nix, CEO da Cambridge Analytica chega ao escritório da empresa em Londres
Alexander Nix, CEO da Cambridge Analytica chega ao escritório da empresa em Londres

Elizabeth Denham, chefe da Comissão de Informação da Reino Unido, entrou com um pedido para realizar buscas nos escritórios da consultoria Cambridge Analytica.

Os jornais New York Times e The Guardian publicaram uma reportagem no sábado (17) sobre a coleta de informações privadas de 50 milhões de usuários do Facebook pala consultoria. A intenção era influenciar a opinião pública para apoiar a campanha presidencial de Donald Trump em 2016.

Uma outra reportagem do Channel 4, canal da TV britânica, secretamente registrou executivos da Cambridge Analytica se vangloriando de suas capacidades de influenciar os resultados de eleições.

O Facebook disse que contratou auditores forenses da empresa Stroz Friedberg para investigar e determinar se a consultoria ainda tem os dados arquivados.


As ações do Facebook recuaram 6,34% na segunda-feira (19), reduzindo em quase 40 bilhões de dólares o valor de mercado da empresa. A preocupações dos investidores é que os danos à reputação da rede social podem afastar usuários e anunciantes. As ações da empresa caíam mais de 3 por cento nesta terça-feira (20).

Os parlamentares dos Estados Unidos e da Europa exigiram explicações de como a empresa de consultoria obteve acesso aos dados em 2014 e porque o Facebook não informou seus usuários, levantando questões mais amplas da indústria sobre a privacidade do consumidor.


Em Washington, o presidente republicano do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado enviou uma carta na segunda-feira (19) ao presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, solicitando informações sobre o uso de dados de usuário.

"A possibilidade de que o Facebook não tenha sido transparente com os consumidores ou não tenha podido verificar se os desenvolvedores de aplicativos de terceiros são transparentes com os consumidores é preocupante", informou a carta que foi enviada a Mark Zuckerberg.


Em Londres, o chefe da comissão parlamentar da Mídia do Reino Unido também escreveu para Zuckerberg pedindo mais informações. "Gostaríamos de receber sua resposta até segunda-feira 26 de março", escreveu o parlamentar Damian Collins.

Criada em 2013, a Cambridge Analytica se vende como uma fonte de pesquisa do consumidor, com publicidade direcionada e outros serviços relacionados a dados para clientes políticos e corporativos.

De acordo com o New York Times, a empresa foi lançada com o apoio de 15 milhões de dólares do doador republicano bilionário Robert Mercer e de Steve Bannon, que posteriormente foi conselheiro de Trump na Casa Branca.

O Facebook disse que os dados foram colhidos por um acadêmico britânico, Aleksandr Kogan, que criou um aplicativo na plataforma que foi baixado por 270.000 pessoas, proporcionando acesso não só aos seus próprios dados pessoais, mas também de amigos.

A rede social informou que Kogan então violou suas políticas passando os dados para a Cambridge Analytica. O Facebook suspendeu a empresa de consultoria e sua controladora Strategic Communication Laboratories (SCL).

Essa é uma nova ameaça à reputação do Facebook, que já está sob ataque pela suspeita do uso de suas ferramentas pela Rússia para influenciar os eleitores dos EUA com publicações divisórias e falsas antes e depois das eleições de 2016.

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