Protetores faciais não são eficazes contra a covid-19, diz estudo
Segundo cientistas japoneses, a estrutura plástica não protege a pessoa caso ela entre em contato com partículas contaminadas
Tecnologia e Ciência|João Melo, Do R7*
Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade de Fukuoka, no Japão, revelou que protetores faciais de plástico não são eficientes na proteção contra o coronavírus caso uma pessoa infectada espirre sem estar usando máscara. O resultado da pesquisa foi publicado na revista Physics of Fluidsnesta semana.
Para fazer a constatação, os pesquisadores analisaram um fenômeno conhecido como anéis de vórtex. Esses anéis são formados a partir de um fluido que gira em torno de um eixo imaginário. Eles usaram um computador para verificar como esses anéis agem em um escudo que está a 1 metro de distância da origem do espirro.
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A partir do momento que uma pessoa infectada espirra sem máscara, os anéis de vórtice são produzidos e carregam as partículas infecciosas até o protetor facial. Essa ação dura menos de um segundo e, depois disso, as partículas ficam grudadas nas bordas do plástico.
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Segundo o Dr. Fujio Akagi, autor do estudo, uma vez nas bordas do protetor facial, as partículas conseguem se mover facilmente até a boca ou o nariz da pessoa, fazendo com que a estrutura de plástico não seja eficaz sem que haja, embaixo dela, uma máscara facial tradicional, por exemplo.
Esses protetores passaram a ser muito utilizados por conta da facilidade de fazer uma leitura labial, o que pode auxiliar pessoas com deficiência auditiva, e também pelo fato de serem menos claustrofóbicos e restritivos do que as máscaras.
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Contudo, o modelo também está sendo utilizado pelos cientistas para criar novos tipos de proteção mais eficazes. "Queremos contribuir para manter as pessoas protegidas contra infecções, e acreditamos que um dia os profissionais da saúde serão capazes de prevenir a infecção usando apenas um protetor facial e uma máscara normal ou, idealmente, apenas um protetor facial”, destaca Akagi.
*Estagiário sob supervisão de Pablo Marques