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Tecnologia e Ciência

Se a Terra gira tão rápido, por que não sentimos tudo rodar?

Explicação passa pelo fato de que tudo no planeta também está em movimento e em uma velocidade constante

Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo*, do R7

Da mesma forma que não sentimos a Terra girar, também não sentimos um ônibus em movimento se mexer
Da mesma forma que não sentimos a Terra girar, também não sentimos um ônibus em movimento se mexer

A Terra gira no próprio eixo e também ao redor do Sol a velocidades que seriam inconcebíveis para nós, aqui na Terra — de aproximadamente 1.675 km/h e cerca de 30 km por segundo, respectivamente. Na prática, é como se tudo e todos no planeta estivessem em um enorme liquidificador, que mexe a todo tempo. Mas não é possível sentir esse movimento. Por quê?

Segundo o professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Bauru, no interior de São Paulo, a explicação é relativamente simples: nós, seres humanos, bem como tudo que há na Terra, estamos nos movendo junto com o planeta, a uma velocidade — praticamente — constante. É por isso que, da mesma forma, quando estamos em um ônibus ou avião em alta velocidade, também não sentimos o veículo se mexer.

"Se você está em um ônibus que está percorrendo uma pista lisa a uma velocidade constante de, vamos supor, 100 km por hora, a impressão é de que você, e tudo o que há dentro do veículo, está parado. Na física, isso é Lei da Inércia [conceito proposto por Isaac Newton em 1687]", afirma.

De acordo com Langhi, a Lei da Inércia diz que "um corpo tende a continuar em movimento ou em repouso se nenhuma força for aplicada nele". "Força", nesse caso, pode ser considerada uma freada brusca ou uma curva.


Em outras palavras: se uma pessoa estivesse dentro de um ônibus e, de repente, o veículo freasse ou fizesse uma curva, ela sentiria o movimento do veículo. Caso contrário, não. O mesmo aconteceria se, em um cenário totalmente hipotético, a Terra parasse de fazer o movimento de rotação ou de translação.

"Quando uma pessoa está em um ônibus em alta velocidade e ele freia, todas as pessoas e objetos dentro são arremessadas para a frente. O mesmo aconteceria se a Terra freasse: seríamos arremessados e sairíamos 'voando'", diz. 


Para efeito de curiosidade, o professor ressalta que a velocidade com que a Terra se move ao redor do Sol — o chamado "movimento de translação" — não é sempre constante. Durante os primeiros seis meses do ano, quando o planeta se aproxima do Sol, ele se movimenta mais rapidamente em torno do astro. Já nos últimos seis meses, quando se afasta, essa velocidade é reduzida. Mas a diferença é tão pequena, e feita de forma tão gradual ao longo do ano, que não é possível senti-la fisicamente.

Estagiária doR7sob supervisão de Pablo Marques

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