Sonda da Nasa encontra sinais de água em asteroide Bennu
Missão que busca desvendar a origem da vida na Terra encontrou indícios de moléculas de hidrogênio e oxigênio na superfície rochosa
Tecnologia e Ciência|Do R7
A espaçonave Osiris-REx da Nasa descobriu sinais de água em um asteroide relativamente próximo, um objeto rochoso do tamanho de um arranha-céu que pode conter pistas sobre a origem da vida na Terra, disseram cientistas na segunda-feira (10).
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A Osiris-REx, que na semana passada chegou a 19 quilômetros de distância do asteroide Bennu, localizado a cerca de 2,25 milhões de quilômetros da Terra, encontrou indícios de moléculas de hidrogênio e oxigênio --parte da receita da água, e portanto do potencial para a vida-- incrustados na superfície rochosa do asteroide.
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A sonda, que realiza a missão para trazer amostras do asteroide para a Terra, foi lançada em 2016. O Bennu, que tem cerca de 500 metros de largura, orbita o Sol a aproximadamente a mesma distância que a Terra, e cientistas temem a possibilidade de ele se chocar com o planeta no final do século 22.
"Encontramos os minerais ricos em água do sistema solar primitivo, que é exatamente o tipo de amostra que fomos até lá para encontrar e trazer de volta à Terra", disse Dante Lauretta, cientista planetário da Universidade do Arizona e principal investigador da missão Osiris-REx, em entrevista por telefone.
Os asteroides são parte dos escombros da formação do sistema solar, ocorrida há cerca de 4,5 bilhões de anos. Cientistas acreditam que asteroides e cometas que caíram na Terra primitiva podem ter trazido compostos orgânicos e água que semearam o planeta para a vida, e análises atômicas de amostras do Bennu podem fornecer indícios essenciais para sustentar essa hipótese.
"Quando amostras deste material forem devolvidas pela missão à Terra em 2023, os cientistas receberão um baú do tesouro de novas informações sobre a história e a evolução do nosso sistema solar", disse Amy Simon, cientista do Centro de Voos Espaciais Goddard Nasa em Maryland, em comunicado.
"Estamos tentando entender o papel que estes asteroides ricos em carbono desempenharam ao trazerem água para a Terra primitiva e torná-la habitável", acrescentou Amy.
No final deste mês, a Osiris-REx passará a 1,9 quilômetro de distância de Bennu, sujeitando-se à atração gravitacional do asteroide e analisando seu terreno. A partir de então, a espaçonave começará a se aproximar gradualmente do asteroide, chegando a dois metros de sua superfície para que seu braço robótico possa extrair uma amostra de Bennu até julho de 2020.
Depois, a sonda voará de volta à Terra, arremessando uma cápsula com as amostras do asteroide que pousará de paraquedas no deserto do Estado norte-americano de Utah, em setembro de 2023.
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