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Tecnologia e Ciência

Sumir da internet dá trabalho e não depende só dos internautas

Usuários “vendem a alma” ao concordar com termos de uso de redes sociais, afirma advogada

Tecnologia e Ciência|Tiago Alcantara, do R7


Fazer com que seu nome desapareça completamente da internet não é uma tarefa rápida e, em alguns casos, nem mesmo possível. Como você pode conferir no infográfico do R7, “sumir do mapa” é complicado em um mundo que indexa e espalha suas informações com tanta facilidade.

Uma das principais dificuldades na hora de eliminar seus rastros digitais são as informações postadas em redes sociais. Pelo caráter público de muitas redes como Facebook e Twitter, para citar apenas dois exemplos, especialistas alertam que os internautas precisam ter cuidado com o conteúdo e grande quantidade de dados pessoais e privados que podem ser expostos.

Infográfico: saiba como desaparecer da internet

A advogada e especialista em direito digital Cristina Sleiman lembra que o Código de Defesa do Consumidor prevê a possibilidade de alteração ou exclusão de informações pessoais em qualquer serviço. Se você tiver esse pedido recusado de alguma forma, é possível realizar essa solicitação judicialmente.


Excluir (nem sempre) é uma decisão sua

Entretanto, de acordo com Cristina Sleiman, as redes sociais e sites só precisam retirar conteúdo que seja ilícito do ar — imagens íntimas, por exemplo. Ou seja, não há obrigação nenhuma em deletar informações divulgadas de forma espontânea.


— Judicialmente, você só vai conseguir a retirada de um conteúdo se for ilícito. Caso sejam informações pessoais expostas, sempre existe o termo de uso que rege o site. E, geralmente, você autoriza a publicação e também os donos a encaminharem e usarem esse conteúdo como quiserem.

Dez motivos para deletar o seu Facebook


Saiba como dizer adeus a sua conta do Twitter

A advogada ainda afirma que informações que devem ser públicas, como a participação em concursos ou processos judiciais, salvo aqueles com necessidade de sigilo, devem estar disponíveis na rede.

No caso das redes sociais, outro entrave para manter a internet em modo privado são que os termos de uso dos serviços, que geralmente isentam as redes da responsabilidade pelo conteúdo e sua divulgação.

— Nós costumamos brincar que, quando você concorda o termo de uso do Facebook, você está vendendo a sua alma. Você autoriza praticamente tudo. Algumas cláusulas são abusivas e você pode até brigar judicialmente contra esse abuso. Mesmo assim, a princípio, você concordou com isso.


Vale a pena?

Com uma experiência de mais de 700 casos de crimes digitais resolvidos, o especialista em segurança digital Wanderson Castilho afirma que há casos em que vale a pena o esforço de apagar parte da sua história na internet e ter uma chance de começar novamente.

— Acho válido. Um pouco radical. Porém, se ocorreram situações drásticas na vida da pessoa, conheço vários clientes que cometeram esse “suicídio digital” e ajudou muito.

Em casos de ações virais negativas, como a divulgação de fotos íntimas, Castilho comenta que sumir da rede serve para amenizar o assédio. Outro ponto comentado pelo especialista em segurança e detetive virtual é a necessidade de avaliar o impacto que esse desaparecimento terá na vida do usuário.

— Será um grande impacto na vida dela e de seus contatos, diria até algo traumático. Se hoje a vida digital da pessoa é 100%, ela terá mais problemas do que soluções, contudo, se a vida digital da pessoa é até 40% — apenas acessa uma vez por dia sua rede social e contatos esporádicos — acho que o telefone suprirá completamente essa necessidade.

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