Telescópio Webb revela imagem da formação das primeiras galáxias
Mais potente equipamento espacial de observação já colocado em órbita mostrou sistemas estelares de 13 bilhões de anos atrás
Tecnologia e Ciência|Do R7, com informações da AFP e da Reuters
O telescópio espacial James Webb, o mais potente já colocado em órbita, revelou nesta segunda-feira (11) a "imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo primitivo", sendo os primeiros registros das galáxias formadas após o Big Bang.
A imagem divulgada pela Nasa hoje aponta formações ocorridas cerca de 13 bilhões de anos atrás.
A foto, repleta de pontos de luz de vários tamanhos, apresenta pontos tênues de luz que nunca tinha sido observados. É um dia "histórico", celebrou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a apresentação ocorrida na Casa Blanca.
O observatório James Webb, de 9 bilhões de dólares (R$ 48 bilhões), o maior e mais poderoso telescópio de ciência espacial já lançado, foi projetado para perscrutar através do cosmos até o alvorecer do universo conhecido, inaugurando uma era revolucionária de descobertas astronômicas.
Na sexta-feira (8), a agência espacial publicou uma lista de cinco assuntos celestes escolhidos para sua estreia como vitrine do Webb. Um deles foi visualizado por Biden, junto com o chefe da Nasa, Bill Nelson.
O Webb foi construído sob contrato pela gigante aeroespacial Northrop Grumman Corp. Ele foi lançado ao espaço para a Nasa e suas contrapartes europeias e canadenses no dia de Natal de 2021 da Guiana Francesa, na costa nordeste da América do Sul.
O lançamento altamente antecipado de suas primeiras imagens segue um processo de seis meses de desdobramento remoto dos vários componentes do Webb, alinhando seus espelhos e instrumentos de calibração.
Com o Webb agora bem ajustado e totalmente focado, os cientistas embarcarão em uma lista competitivamente selecionada de missões explorando a evolução das galáxias, os ciclos de vida das estrelas, as atmosferas de exoplanetas distantes e as luas do nosso sistema solar externo.
Construído para ver seus objetos principalmente no espectro infravermelho, o Webb é cerca de 100 vezes mais sensível que seu antecessor de 30 anos, o Telescópio Espacial Hubble, que opera principalmente em comprimentos de onda ópticos e ultravioleta.
A superfície coletora de luz muito maior do espelho primário de Webb — uma matriz de 18 segmentos hexagonais de metal de berílio revestido de ouro — permite observar objetos a distâncias maiores, portanto, mais atrás no tempo, do que o Hubble ou qualquer outro telescópio.
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Todos os cinco alvos introdutórios de Webb já eram conhecidos pelos cientistas. Entre elas estão duas enormes nuvens de gás e poeira lançadas no espaço por explosões estelares para formar incubadoras de novas estrelas — a Nebulosa Carina e a Nebulosa do Anel Sul, cada uma a milhares de anos-luz de distância da Terra.
A coleção também inclui dois conjuntos muito diferentes de aglomerados de galáxias. Um deles, o Quinteto de Stephan, foi identificado pela primeira vez em 1877 e engloba várias galáxias descritas pela Nasa como "trancadas em uma dança cósmica de repetidos encontros próximos".
A outra é uma descoberta muito mais recente apelidada de SMACS 0723, apresentando objetos em primeiro plano tão massivos que agem como "lentes gravitacionais", uma distorção visual do espaço que amplia muito a luz que vem por trás deles para expor objetos ainda mais fracos mais distantes.