Tomates cultivados em estufa marciana viram ketchup
Molho experimental foi produzido com frutos cultivados em um ambiente que imita as condições do planeta vermelho
Tecnologia e Ciência|Do R7
A empresa norte-americana de alimentos Heinz fez uma versão de seu ketchup a partir de tomates cultivados em solo semelhante ao de Marte. O objetivo é entender se os humanos poderiam viver um dia no planeta vermelho, cuja superfície é praticamente desprovida de matéria orgânica e recebe muito menos luz solar do que a Terra.
Para realizar o experimento, a empresa reuniu um grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia da Flórida, nos Estados Unidos, para selecionar as melhores sementes e cultivar os tomates dentro de uma estufa sob medida, apelidada de "Redhouse". O local, construído dentro do próprio instituto, imita as condições que os humanos encontrariam ao cultivar produtos em Marte.
O projeto foi um sucesso e o ketchup marciano foi revelado nesta semana, quando uma garrafa do produto embarcou em um voo espacial que atingiu 37 mil metros de altitude antes de retornar ao solo. A Heinz ressalta que o molho experimental foi submetido a rigorosos testes de qualidade antes de serem aprovados.
"Estamos muito animados porque a nossa equipe de especialistas conseguiu cultivar tomates em condições desconhecidas de outro planeta e compartilhar nossa criação com o mundo", afirmou ao portal Daily Mail a diretora de crescimento da Heinz, Cristina Kenz. "Vamos levar o que aprendemos para continuar com nossos compromissos com o cultivo de safras sustentáveis."
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O ex-astronauta da Nasa, a agência espacial norte-americana, Mike Massimino, é fã do ketchup da Heinz e chegou até mesmo a levar o produto ao espaço em sua viagem à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Ao MailOnline, ele disse que a comida é um fator fundamental quando se está em uma viagem espacial.
Questionado se ele iria para Marte, agora que sabe que seria possível cultivar tomates para fazer ketchup, Massimino respondeu: "Minha turma de astronautas achou que íriamos para Marte em meados da década de 90, quando a Nasa nos disse que isso poderia acontecer entre 10 e 15 anos. Hoje, acredito que isso realmente acontecerá."
"O que é diferente agora em comparação com quando me tornei astronauta, 25 anos atrás, é que temos a participação de empresas do setor privado. Acho que desta vez vamos conseguir, graças a operadores do setor privado como Elon Musk", completou.