União Europeia multa Google em 4,3 bilhões de euros
Autoridade da Europa afirma que empresa adotou práticas anticompetitivas ao priorizar seus aplicativos em smartphones em detrimento de concorrentes
Tecnologia e Ciência|Ana Luísa Vieira e Pablo Marques, do R7, com Reuters
A União Europeia multou o Google nesta quarta-feira (18) em 4,34 bilhões de euros (aproximadamente R$ 19 bi) por práticas anticompetitivas ao priorizar seus aplicativos em smartphones em detrimento de concorrentes. As informações são da rede de notícias CNN.
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"O Google usou o Android [sistema operacional para smartphones] como um veículo para assegurar a dominância de seu mecanismo de buscas", afirmou Margrethe Vestager, autoridade antitruste da Europa, em comunicado. "Eles negaram aos consumidores europeus os benefícios da concorrência efetiva na importante esfera móvel", completou.
Reguladores dizem que o Google forçou fabricantes de smartphones a pré-instalar o Google Search junto com a Play Store e o navegador Chrome, assinar acordos para não vender dispositivos em sistemas rivais do Android e também pagar fabricantes de smartphones para pré-instalarem apenas o Google Search em seus dispositivos.
A empresa de tecnologia recebeu ordens para interromper as práticas dentro de 90 dias ou deve enfrentar penalidades adicionais.
Google no Brasil
No Brasil, o buscador também foi processado por supostas práticas que prejudicam a concorrência. Em 2011, a empresa responsável pelos sites Bondfaro e Buscapé processou o Google pelo uso irregular das avaliações de produtos pelos clientes. O Google Shopping estaria copiando sem autorização essas informações para incluir no próprio mecanismo de comparação de preço.
A Microsoft também entrou na justiça por concorrência desleal. Segundo a empresa fundada por Bill Gates, o buscador estaria usando cláusulas abusivas no termos e condições de uso para prejudicar a veiculação de anúncios em plataformas concorrentes, como o Bing.
Ambos os processos receberam a recomendação de arquivamento e aguardam a decisão final no Cade. casos. Não foi possível comprovar que a conduta do Google teria prejudicado consumidores.
Ainda seguem em tramitação outros dois processo os processos da Yelp e um outro da E-Commerce Media Group, que afirmam que o Google favorece a exibição das posições de maior destaque das páginas para produtos e serviços do próprio buscador. Dessa forma, os usuários seriam induzidos a não clicarem em links que disputam o mesmo público.