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Tecnologia e Ciência

Zona leste é a região de São Paulo com pior sinal de celular

Estudo da Abrintel aponta Sé, Itaim Bibi e Pinheiros com melhor situação

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

Antenas de bairros de periferia operam 10 vezes acima do recomendado
Antenas de bairros de periferia operam 10 vezes acima do recomendado

Acontece bastante do sinal de celular e das redes 3G/4G variarem muito de um bairro para o outro. Vídeos não carregam, mensagens não são envias pelo WhatsApp e comentários não são postados no Facebook. Isso ocorre por um motivo simples: faltam antenas e torres de transmissão.

Um estudo da Abrintel (Associação Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações) revelou as falhas de gerenciamento dessas antenas, chamadas de ERB (estações de radiobase), em São Paulo. O estudo mostra que a distribuição desses equipamentos obedecem a critérios econômicos e muitos bairros populosos, principalmente na periferia, ficam com cobertura prejudicada

Atualmente, existem cerca de 5.800 antenas do tipo ERB na capital paulista. O número é alto — ainda mais em comparação com as 72 mil torres instaladas no Brasil inteiro —, mas longe de ser suficiente. O município ocupa a 98º posição entre as 100 maiores cidades brasileiras com melhor infraestrutura de internet móvel, de acordo com a consultoria Teleco

O número internacional recomendado de torres é de uma para cada mil ou 1.500 habitantes. Em São Paulo, são 2.100 pessoas por antena. Levado em conta o fluxo diário da população, alguns locais ultrapassam a proporção de 3.500 para uma antena. Em horários de pico, as redes ficam ainda mais disputadas. A recomendação da Abrintel é triplicar a presença de transmissores na cidade.


Piores bairros para usar celular

A distribuição desigual de antenas é outro motivo para a qualidade ruim do sinal. Os bairros periféricos, principalmente da zona leste, possuem antenas que operam em níveis até 17 vezes maior que o recomendado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações). Em Cidade Tiradentes e José Bonifácio, existe uma antena para cada 13 mil habitantes.


Os piores lugares de São Paulo para usar o celular são: Parque do Carmo e Vila Jacuí. Esses dois locais precisariam de 10 vezes mais antenas do que o número atual instalado.

Em contraste, bairros do Centro e da Zona Oeste, possuem muito mais antenas do que o recomendado. Sé, Morumbi e Jardim Paulista são considerados os bairros com melhor cobertura, com uma média de uma antena para cada 210 habitantes. Mooca, Cambuci, Vila Sônia, Tatuapé e Santana têm uma infraestrutura próxima do número recomendo.


O estudo levou em conta o número de habitantes de cada bairro de acordo com o Censo de 2010, mas a população desses locais oscila diariamente devido a deslocamentos dos moradores.

Os motivos por trás do problema

A culpa não é só das operadoras de telefonia móvel. A burocracia para instalar novas antenas também é uma das causas do problema. De acordo com a Abrintel, São Paulo é uma das cidades que mais demora para análisar pedidos de novas instalações de antenas.

A lei que regula esse tipo de licenciamento (a Lei Municipal 13.756) é de 2004. Quando a rede de 3G no Brasil ainda nem tinha sido iniciada e as antenas tinham o tamanho de contâiners. Por esse motivo, só permitia a instalação em ruas com mais de 10 metros de largura. Atualmente, existem equipamentos compactos do tamanho de uma máquina de lavar e que dispensam ruas largas.

Segundo a Abrintel, são mais de mil pedidos de instalação de torres em análise no momento. Em todo o ano de 2017, foi realizada só uma instalação. Todo o processo de requisição, análise e instalação chega a durar cinco anos e não acompanha o crescimento do uso de celulares no Brasil.

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