Zuckerberg diz que Facebook errou ao não avisar sobre dados vazados
No Senado dos EUA, Mark Zuckerberg afirmou que a empresa não fez o acompanhamento adequado dos dados vazados para a Cambridge Analytica
Tecnologia e Ciência|Fábio Fleury, do R7
O fundador e dono do Facebook, Mark Zuckerberg, esteve no Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira (10), para depôr diante das comissões Judiciária e do Comércio sobre o recente escândalo de vazamento de dados da rede social.
Como antecipado na segunda, ele pediu desculpas pelo mau uso das informações de cerca de 87 milhões de usuários dos seus serviços, prometeu incrementar a segurança e listou os erros que a empresa cometeu no passado.
Erros do passado
"Nosso maior erro foi não ter uma visão mais ampla de tudo que estava acontecendo dentro do sistema, achar que nossa responsabilidade era apenas criar ferramentas, e não zelar pelo bom uso dessas ferramentas", afirmou Zuckerberg.
No caso específico da Cambridge Analytica, empresa britânica de dados que comprou dados coletados por um pesquisador russo, Aleksandr Kogan, o empresário admitiu que o Facebook não auditou o processo de maneira adequada e não comunicou usuários e autoridades sobre o vazamento.
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"Soubemos em 2015 que a Cambridge comprou dados do desenvolvedor. Derrubamos o aplicativo e exigimos que apagassem os dados. Só que não fizemos uma auditoria completa e esse foi nosso erro. Quando nos contaram que tinham apagado os dados, acreditamos que o caso estava encerrado e, por isso, não notificamos os usuários", disse.
Segundo Zuckerberg, a empresa está conduzindo uma análise extensa sobre quais parceiros tiveram acesso aos dados dos usuários antes de uma mudança na plataforma de segurança do site em 2014. Até então, quem tinha acesso liberado a determinados também podia acessar perfis dos amigos.
"Vamos fazer auditorias com todos esses parceiros. Vamos ter atitudes mais proativas e acompanhar as atividades de aplicativos de maneira mais cuidadosa", prometeu.
Alvos da investigação
Aos senadores, Zuckerberg também afirmou que o site está combatendo problemas em algumas frontes: na divulgação de notícias falsas, de discursos de ódio e interferência externa em eleições.
"Temos cerca de 20 mil pessoas trabalhando nisso, olhando conteúdo. Alguns problemas podem ser identificados mais facilmente. Discurso de ódio é muito difícil definir, tem nuances linguísticas, depende de ajuda local. Para organizações com discursos terroristas, é mais fácil, identificamos com robôs muito facilmente", disse.