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Acusado de cobrar propina, Cunha acusa procurador-geral de obrigar delator a mentir 

Julio Camargo afirmou a juiz que Cunha cobrou US$ 5 milhões de aluguel de navios-sonda

Brasil|Do R7

O presidente da Câmara é apontado em delação premiada como autor de cobranças de propina no valor de US$ 5 milhões
O presidente da Câmara é apontado em delação premiada como autor de cobranças de propina no valor de US$ 5 milhões O presidente da Câmara é apontado em delação premiada como autor de cobranças de propina no valor de US$ 5 milhões

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarou que as afirmações do lobista Julio Camargo — de que ele teria cobrado o recebimento de propina no valor de US$ 5 milhões (aproximadamente R$ 15 mi) em contratos da Petrobras— foram feitas a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ele acusou Janot de forçar a mudança no depoimento de Camargo a fim de validar a delação premiada do lobista. Em nota, o deputado afirmou que Camargo já fez vários depoimentos, em que não havia confirmado qualquer fato referente a ele desmentindo declarações do doleiro Alberto Youssef.

Em depoimento prestado nesta quinta-feira (16) à Justiça Federal em Curitiba (PR), para o juiz federal Sérgio Moro, Julio Camargo, executivo da empresa Toyo Setal, afirmou que Cunha pressionou para receber a propina cuja fonte seria o aluguel de navios-sonda.

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Cunha disse que seus advogados alertaram o STF (Supremo Tribunal Federal) quanto ao que qualificou de ameaças de Janot a Camargo para mudar a versão dos depoimentos a fim de incriminá-lo. O presidente da Câmara, que havia reunido os jornalistas para balanço do semestre legislativo durante café-da-manhã, também afirmou estranhar que o depoimento de Julio Camargo tenha sido às vésperas do pronuncimento que fará em rede nacional nesta sexta-feira (17) à noite.

Na petição ao STF que Cunha divulgou à imprensa, os advogados dele inseriram notas de jornais e revistas com notícias de que os investigadores da Operação Lava-Jato suspeitam de que Julio Camargo estaria protegendo Cunha. 

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"Não se fazem necessárias maiores observações para se verificar a ocorrência de uma verdadeira ofensiva, com direito a ameaças nem um pouco veladas, para que o senhor Julio Camargo desdiga tudo aquilo que já afirmou inúmeras vezes, inclusive em juízo, e confirme as afirmações de Alberto Youssef", diz a petição de Cunha protocolada em maio passado e endereçada ao ministro do STF, Teori Zavascki. 

Veja a nota divulgada pelo presidente da Câmara:

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"NOTA À IMPRENSA

1- O delator já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos.

2- Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurador Geral da República, de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim meus advogados protocolaram petição no STF (cópia anexa) alertando sobre isso.

3- Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio prová-las.

4- É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir.

Deputado Eduardo Cunha

Presidente da Câmara dos Deputados"

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