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Alvo de investigação da PF, secretário-executivo do Ministério do Trabalho pede demissão

Número 2 da Pasta afirma, em carta, que quer contribuir com apuração para provar sua inocência

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Pinto alegou ter "plena convicção" de agiu com "princípios éticos"
Pinto alegou ter "plena convicção" de agiu com "princípios éticos"

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Roberto Pinto, pediu demissão nesta terça-feira (10) ao ministro da Pasta, Manoel Dias (PDT). Em carta, Pinto informou que quer contribuir com a investigação da PF (Polícia Federal) sobre um suposto desvio de recursos públicos que envolve o ministério.

— Tenho plena convicção de que sempre agi de acordo com os princípios éticos e balizadores da moralidade pública. [...] Decido solicitar a vossa excelência a exoneração do cargo [...] para que que possa contribuir com a elucidação dos fatos e provar a minha inocência perante as instâncias institucionais competentes.

No comunicado, Pinto diz ainda estar surpreso com as denúncias em relação a Antônio Fernando Decnop Martins, subsecretário de Planejamento do Ministério do Trabalho. Sobre ele, Pinto diz "tratar-se de servidor público efetivo dotado das melhores referências profissionais, havendo, inclusive, exercendo cargo equiparado na própria Controladoria-Geral da União". Decnop foi preso ontem, assim como Geraldo Riesenbeck, coordenador de Contratos e Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego. 

O também suspeito de integrar o esquema de fraude em licitações públicas, o ex-assessor do Ministério do Trabalho, Anderson Brito Pereira, se entregou à PF na noite da última segunda-feira (9). A informação foi confirmada hoje pela superintendência da PF no Distrito Federal. Investigado pela Operação Esopo, Pereira deve ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal.


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Devido às suspeitas, o ministério exonerou Pereira e o coordenador de Contratos e Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, Geraldo Riesenbeck. As duas portarias ministeriais foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Riesenbeck e o subsecretário de Planejamento do ministério, Antônio Fernando Decnop, foram presos ontem. Outro suspeito de participar do esquema, o secretário-executivo do ministério, Paulo Roberto Pinto, prestou depoimento e foi liberado em seguida


Em nota, o ministério esclareceu que, como o processo tramita em caráter sigiloso, pediu à polícia informações sobre a Operação Esopo. Além disso, solicitou à Advocacia-Geral da União que acompanhe o caso e informou que vai instaurar processos administrativos disciplinares para apurar os fatos.

O ministério garantiu que não mantém convênio com a organização não governamental Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania. Os convênios celebrados com municípios e estados que estiverem sendo investigados serão suspensos.

Iniciadas há dois anos, as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Esopo constataram indícios de fraude em licitações de prestações de serviços, construção de cisternas, produção de eventos turísticos e de festivais artísticos. Segundo a polícia, o aos cofres públicos chegam a R$ 400 milhões.

Os contratos eram celebrados com organizações da sociedade civil de interesse público aptas a fazer parceria com o governo, mas os serviços contratados ou eram superfaturados ou simplesmente não eram feitos. Parte do dinheiro recebido pela contratada era repassado a agentes públicos envolvidos no esquema.

As fraudes ocorriam em 11 Estados — Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapá, Paraná, Roraima e Pernambuco — e no Distrito Federal.

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