Após prisão de manifestante na última sessão, Câmara impede entrada em Comissão de Direitos Humanos
Alvo de protestos, presidente do órgão sugere que todas as sessões sejam restritas
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
Os manifestantes contrários ao presidente Marco Feliciano (PSC-SP) foram impedidos pela Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados de entrar no plenário onde acontece a reunião da CDH (Comissão dos Direitos Humanos) nesta quarta-feira (3). Essa é a primeira vez, desde que Feliciano assumiu a presidência do colegiado, que a reunião ocorre sem interrupções e protestos.
Sem manifestações dentro do plenário, os deputados da comissão conseguiram votar alguns requerimentos. O presidente da comissão se mostra satisfeito com os andamentos dos trabalhos e sugeriu aos colegas da CDH que todas as reuniões, a partir de agora, sejam realizadas sem a presença de manifestantes.
— Eu sugiro que todas as sessões sejam realizadas nos moldes dessa de hoje: aberta porém restrita. É permitida a entrada de deputados, servidores e profissionais da imprensa, para que nós possamos trabalhar, para que nós possamos mostrar ao Brasil a cara da Comissão dos Direitos Humanos. [...] Eu falo isso com o coração sangrando. Mas eu preciso trabalhar.
No entanto, dentro do plenário é possível ouvir os gritos e palavras de ordem dos manifestantes, tanto a favor como contra o deputado Feliciano. Eles se concentram na porta da sala onde acontece a reunião da CDH.
Dezenas de pessoas se aglomeraram no corredor em frente à comissão, com cartazes e apitos. Como existem dois grupos com opiniõs antagônicas — manifestantes que defendem a permanência de Feliciano na presidência da comissão e outro que pedem a renúncia do deputado — o clima ficou mais acirrado.
Os dois grupos ficam divididos por homens da Polícia Legislativa e trocam ofensas e xingamentos. Também foram registradas agressões físicas, como troca de chutes, entre os manifestantes.
Na semana passada, Feliciano mandou prender um manifestante durante uma sessão da Comissão porque ele teria sido chamado de "racista".