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"Assopro" de advogado de Cerveró gera bate boca em CPI

Conversa ao pé do ouvido com o cliente incomodou parlamentares presentes na sessão

Brasil|

Edson Ribeiro rebateu os parlamentares, dizendo que a instrução ao seu cliente é um direito do réu
Edson Ribeiro rebateu os parlamentares, dizendo que a instrução ao seu cliente é um direito do réu Edson Ribeiro rebateu os parlamentares, dizendo que a instrução ao seu cliente é um direito do réu

Deputados da oposição criticaram o fato de Edson Ribeiro, o advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, ter se comunicado com o seu cliente toda vez que houve perguntas na CPI Mista da Petrobras. Os parlamentares cobraram do presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que proibisse ambos de conversarem ao pé do ouvido antes das respostas.

Pressionado, Vital do Rêgo afirmou que o defensor de Cerveró não estava na sala da comissão para "conduzir" os trabalhos.

— O senhor se porte dentro dos limites da sua atribuição.

O advogado do ex-diretor retrucou inicialmente

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— É um direito do réu.

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CPI mista da Petrobras chama ex-diretor para depor no Congresso

Um dos parlamentares que criticaram a instrução, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) interveio. "O senhor está de brincadeira comigo", afirmou, ao dizer que foi promotor de Justiça durante 27 anos e nunca tinha visto isso no caso de um investigado. Vital disse que, a partir de então, asseguraria a palavra para o depoente sem que ele consultasse seu advogado. Edson Ribeiro protestou.

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— O exercício da ampla defesa está sendo violado ao não permitir ao advogado orientar o seu cliente.

Delação

Durante o depoimento, o líder da bancada do Solidariedade na Câmara, deputado Fernando Francischini (PR), sugeriu que ele deveria seguir o exemplo do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e fazer delação premiada. Cerveró rechaçou a proposta e disse não se considerar um elo forte ou fraco no negócio da compra da refinaria de Pasadena (EUA). "O senhor tem muito a falar", provocou Francischini. "Não tenho porque ficar preocupado com a delação do Paulo Roberto Costa. Não tenho esse problema", respondeu Cerveró.

Para o ex-diretor, é um erro considerar que a compra de Pasadena trouxe prejuízos a Petrobras e um "absurdo" afirmar que houve crime em Pasadena. "Parte-se de uma premissa equivocada, que Pasadena deu prejuízo", reclamou Cerveró.

Paulo Roberto Costa se reunia com doleiro da Lava Jato, diz contadora

Embora tenha dito que não foi treinado para depor hoje à comissão, Cerveró admitiu que participou de um media training na Petrobras quando foi convidado a depor em outras situações no Congresso. Essa é a terceira vez que o ex-diretor é convidado a depor no Parlamento.

Bens

Cerveró disse também que decidiu antecipar a herança aos filhos e que fez a doação de três imóveis. Segundo ele, a transferência de bens não está relacionada com o processo de investigação que envolve a compra da refinaria de Pasadena (EUA).

O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou, no final de julho, o bloqueio preventivo de bens do ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e de Cerveró. Essa decisão visa, em caso de condenação, a ressarcir os cofres públicos, caso fique comprovado o desvio de US$ 792 milhões. Em seu depoimento nesta tarde, Cerveró fez questão de ressaltar que o bloqueio ainda não está em vigor. Questionado sobre sua relação com o doleiro Alberto Youssef, Cerveró disse que não o conhecia e que não sabia a razão pela qual foi chamado a depor como testemunha do doleiro.

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